quarta-feira, fevereiro 26

Joaquim António Godinho - Escritor



ESCREVER SOBRE UM TEMA…

 “Nós só aceitamos o amor, que acreditamos merecer”

Quando se lê esta frase pela primeira vez, somos tentados a aceitá-la, ou pelo menos a não a contestar. Depois de leituras mais atentas, vêm as dúvidas, chegando mesmo à rejeição total.
Há uma altura das nossas vidas, em que, é ponto assente, nós aceitamos todo o amor. Principalmente na juventude, na fase de busca e descoberta, ou quando por qualquer motivo, o amor escasseia. Será que um faminto, filosofa sobre merecimento, quando lhe oferecem pão? Não acredito, só o faz, quem tem fartura, assim como, só contesta sentimentos, quem usufrui deles.
Na minha já avançada vida, mais de meio século, passei por todas as fases. Já fui “faminto” de amor, uma época da minha vida a que não quero voltar, mas nunca esqueço, Depois, como diz o ditado popular, “não há fome que não dê em fartura”, embriaguei-me de amores, uns passageiros e efémeros, outros que deixaram marcas, quanto mais não seja, grandes e bonitas amizades.
Hoje, confesso que amo a mulher que me escolheu e que eu escolhi, a guria mais bonita de todo o Sul. É um amor aceite e a que correspondo, mas acredito sinceramente não merecer, desmentindo a frase. Aceito porque é a coisa mais bonita que aconteceu nesta minha vida.

- j a g – 22/02/14



1 comentário:

  1. Aceito a tua "máxima"!
    E gostei do que escreveste.
    Bjs.
    Maria Mamede

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