Uma amiga propôs-me escrever um conto, inclusivamente ofereceu-se para me ajudar. Eu ponderei a ideia, achei-a engraçada e tentadora, mas depressa desisti.
Eu já tentei adaptar um conto. Comecei a reescrever a ideia e cheguei mesmo a ter escritos, três capítulos completos que, perdoe-se-me a imodéstia, achei mesmo muito bons. Mas parei por aí, não consegui continuar.
Nessa altura, e continuo na minha, cheguei á conclusão que não tenho alma de contista. Eu não sei escrever comprido, as minhas histórias são curtas, necessariamente.
Se eu tiver que descrever uma árvore, escrevo só “uma arvore”, e deixo ao critério de quem lê, a textura do tronco, o número de ramos, a cor das folhas. Na descrição de uma mulher, falo dos olhos, ou do sorriso, deixo para os leitores, imaginar a maneira como a quer vestida, ou o que quer que ela diga, como se exprima.
Há dias tentei escrever “Um Conto”. E de tão curto que ficou, não lhe pude chamar mais que “Cem Escudos”.
Não volto a tentar tão cedo…