quarta-feira, abril 30

Joaquim António Godinho - Seda



In ARRUMADOR DE PALAVRAS «O Livro»

Texto escrito para uma iniciativa do Seda & Veludo (Artes Livres), refere a pouca importância que dou a catálogos. Falado, porque foi escrito como quem fala, quem tem uma conversa.

Poema Falado

Nunca cuidei de ser poeta. Por vezes estou.
Mas sei que para arrumar palavras levo jeito
Com algumas, duras e cruéis, sei que magoou
Com outras, ternas, carinhosas, digo o que sou
Mas sempre arrancadas do fundo do meu peito.

“Ser poeta é condensar o mundo num só grito”
Eu sei bem que para tal não tenho engenho
Vou treinando a escrever, contar, tudo que sinto
A dar-me plenamente, que eu nunca minto
Na esperança de lá chegar. – Áh! Isso, eu tenho!

Nesta minha louca e insana vontade de escrever
Faço mil versos e conto histórias com sentido
Num afã cada vez maior de me dar a conhecer
De espalhar o enorme gosto que tenho de viver
E de experimentar o prazer que dá ser lido.

segunda-feira, abril 28

DIVULGAÇÃO



----- // SEDA COM ARTE // -----

MEUS AMIGOS

A todas as pessoas de Seda, ou com ela relacionadas, peço o favor de divulgar por todos os meios este prospeto.
Usem grupos do Facebook, as vossas páginas e cronologias, mandem por mail aos amigos, imprimam e espalhem a notícia.
Queremos fazer um evento digno da nossa terra e o mais participado possível.
Quem fizer alguma arte ou ofício que queira mostrar, só tem que nos contactar; a mim, o António, a Patrícia ou a junta de Freguesia de Seda.
A partir do dia 1 de Maio, poderão ter mais notícias no Núcleo de Artes e Ofícios.

Contamos com o apoio de todos.


sábado, abril 26

O 40º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL(João Aurélio Raposo)



Num contexto difícil do ponto de vista social e económico celebra-se, hoje, o 40º aniversário do 25 de Abril de 1974.
A falta de resposta, em tempo oportuno, das instituições da Comunidade Europeia – Comissão e Banco Central Europeu –, a uma crise do sistema financeiro, desencadeada em 2008, colocou os países da Comunidade Europeia, com economias mais vulneráveis, designadamente a Grécia, Irlanda e Portugal, em sérias dificuldades financeiras, impossibilitando a consolidação das suas  contas públicas, a curto prazo.
Por exigência dos credores, na sequência do pedido de resgate, de 2011, foi imposto ao nosso País um programa de austeridade e de reformas ditas “estruturais” que se traduziram em desemprego, redução de salários e pensões e numa profunda recessão económica.
Neste processo foram atingidas as classes desfavorecidas, nomeadamente com o aumento do desemprego e esmagada a classe média através da redução dos rendimentos e de um aumento brutal de impostos sobre os rendimentos do trabalho e das pensões, facilitando a aplicação de um programa ideológico, levado a cabo por um governo que chegou ao poder baseado numa campanha eleitoral manifestamente ardilosa e enganadora.
Nesta data a manutenção das funções sociais do Estado, designadamente a EDUCAÇÃO, SAÚDE e SEGURANÇA SOCIAL, nos moldes em que foram fixadas pela Revolução de Abril e pela Constituição de 1976, obriga a que o desenvolvimento económico se faça de forma a não prejudicar as classes trabalhadoras e a continuar a favorecer o capital, tentando repor a situação existente antes do 25 de Abril.
Também se celebra hoje o 105º aniversário do Congresso do Partido Republicano, que se realizou,em Setúbal, em 1909, e onde foi deliberada a formação de uma comissão encarregada de proceder aos preparativos para o derrube da monarquia. Essa comissão foi coordenada na parte militar pelo Almirante Cândido dos Reis, nome que figura na rua principal da vila de SEDA, e na parte civil pelo médico psiquiatra Dr. Miguel Bombarda.
Qualquer deles não chegou a assistir ao triunfo da Revolução de 5 de Outubro, que pôs fim a uma monarquia com cerca de 800 anos, pelo que hoje são considerados mais mártires do que heróis daquela revolução. Efetivamente, em 3 de Outubro de 1910, o Dr. Miguel Bombarda foi assassinado por um dos seus doentes e o Almirante Cândido dos Reis suicidou-se, no dia seguinte, por temer o falhanço da revolução, dado o abandono de altas patentes militares que se haviam comprometido com os republicanos.
A história repete-se em 25 de Abril de 1974, dia em que o Movimento das Forças Armadas, constituido, essencialmente, por capitães e oficiais subalternos, com a adesão do povo, pôs fim a uma ditadura  de meio século que mantinha o nosso País numa situação insustentável de atraso civilizacional no final do século XX.
- 25 DE ABRIL SEMPRE!
- REGRESSO AO PASSADO, NUNCA MAIS!




“ISTO”, SOU EU A PENSAR



Eu por vezes penso, mesmo querendo, não sou capaz de o fazer.
Dizem que é um hábito muito pouco recomendável, e cada vez mais o é.
Agora, vou pedir-vos que pensem um pouquinho comigo, vá lá, não custa nada, é só acompanharem um raciocínio muito simples e linear.

É assim...
Amanhã vai ser canonizado João Paulo II, pela suposta cura de uma senhora doente. Nunca vi nenhuma prova dessa intervenção, presumo que será só do domínio das suposições.
Ontem, no Alpes italianos, num lugar onde vai ser comemorada a subida a santo, uma estátua caiu e matou um jovem de vinte anos. Será que este facto, atenção eu não tenho prova nenhuma, não poderá ser atribuída também a João Paulo II?

Ou esta coisa de santos, não dá pr'os dois lados?

Desculpem, eu tenho este feio hábito de pensar e fazer perguntas.

VASCO “CRETINO” VALENTE



 “Não devo nada aos Capitães de Abril” diz o bestial (de besta), cronista da nossa praça.

O homúnculo não entende que lhes deve todos os escarros que há décadas vem cuspindo nos jornais. Sem eles, em ditadura o valente idiota, estaria a viver em internamento compulsivo, num qualquer asilo de doidos varridos.
Deve-lhes, o ter sido deputado na Assembleia da República, o ter-se tornado conhecido como a “coisa” mais ridícula que alguma vez teve assentou naquela casa.
Assisti uma vez em televisão, a um debate do deputado Valente, com a velha raposa, José Magalhães e senti pena como o Magalhães o roeu, cuspiu e o deixou reduzido ao que é, pó de traque. Lembro-me como a alarve criatura gaguejava e espumava da boca. Da maneira como se contorcia na cadeira, com olhar esgazeado, qual touro a procurar a porta de saída da arena, para se furtar às farpas certeiras do colega que o lidava. Ele que já de si é um absurdo de tiques esquisitos, parecia um controlado por um cérebro demente. Foi espetáculo mais degradante que alguma vez vi, em televisão.
Deve-lhes, o ganhar a vida a escrever os mais desconchavados dislates, ele, que como dizia Almada Negreiros de Dantas, faz a única coisa que não sabe; escrever. Certamente que, como o famigerado Dantas, também cheira mal da boca.

Morra o Valente! Pim.