segunda-feira, abril 14

Joaquim António Godinho - Escritor



In ARRUMADOR DE PALAVRAS «O Livro»

Gosto muito deste soneto, fala muito de mim, do novo eu, de uma maneira nova de me ver. Do meu viver acompanhado.

Renascer

Depois de séculos a viver enclausurado
Anos sem fim de tristeza e abandono
A ponto de me sentir, qual cão sem dono
E não almejar mais que um fim esperado

Voltaste á tarde de um dia, no passado
E tornaste verão, aquele meu outono
De longos dias de modorra, tédio e sono
Num mundo bem diferente, ensolarado

Essa luz dos teus olhos negros, negros
Iluminados p’ lo teu sorriso cristalino
Que me fala de outras vidas e segredos

Me dão esperanças tais, que qual menino
Imagino, tocar teu rosto c’ os meus dedos
E ser dono e senhor do meu destino.

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