Tom Jobim & Vinicius de Moraes
terça-feira, maio 31
segunda-feira, maio 30
Memórias Precisas
Ele era um menino muito pobre, mais do que quase todos naquela época e andava descalço. Então para se libertar da pouca fartura da sua casa, ia com o amigo passar as férias para o monte.
E lá havia um grande palheiro quase vazio, com um pequeno cercado feito de fardos de palha a um canto, onde estavam os bezerrinhos acabados de nascer.
O pai do amigo pendurava duas cordas grossas numa viga alta a meio do palheiro e com uma acha lisa fazia-lhes um baloiço.
Na eira do monte, aos lados de uma máquina de descarolar milho havia três grandes montões; um de espigas de milho, outro de camisas e um outro de carolos.
Eles espreitavam em que parte do montão de camisas de milho o Tonho dos Carneiros fazia a cama e durante as noites escuras iam atirar-lhe carolos de milho, e ele ralhava muito;
- Ah cachopos dum raio.
Um dia o Tonho dos Carneiros apareceu com um saco às costas junto aos pereiros bravos onde brincavam e dirigiu-se ao menino pobre.
- Olha meu menino, diz á tua mãe que eu quero que ela te dê pra mim. Compro-te roupa nova, vais estudar, - e abrindo o saco - tenho até aqui pra ti as botas dum rapazinho que morreu á fome.
Ao menino agradou a ideia até ao ir estudar, mas quando ouviu falar do motivo da morte, desatou a correr para o monte, pegou na trouxa dele e voltou para casa da mãe. Só voltou uma semana depois e afastava-se para bem longe sempre que o dos Carneiros dava as caras.
O menino muito pobre sabia o que era passar fome e imaginava o quanto devia ter sofrido o rapazinho das botas. E se as botas lhe pegassem a maleita?
domingo, maio 29
Memórias Difusas
Há ideias muito difíceis de expressar por palavras. Estão na cabeça, como imagens ou sensações, mas verter em escrita é complicado. Encontrar os termos certos, dispor as peças do puzzle no lugar adquado, é uma árdua tarefa.
Lembro-me de uma maneira paradoxal; clara e próxima, mas também difusa e perdida no tempo. Como se fossem memórias minhas, mas também histórias contadas, como se me lembrasse de vivências de outras pessoas.
Era Agosto, num fim de tarde quente e seco. Estive sentado aqui, nas guardas da ponte, virado a jusante, durante não sei quanto tempo.
Nunca, nem nessa altura nem agora, tinha pensado no tempo que passou, nem no que se passou durante o tempo que não sei determinar.
Lembro-me claramente, agora, de não ter passado nenhum automóvel. E há quarenta anos a estrada já tinha muito movimento.
De entre o muito ou pouco que se passou durante esse pequeno ou grande iato de tempo, que me ficou gravado na memória e que só recordei mais tarde, foram as imagens e os sons.
Leito de juncos da ribeira, semeado de uma manada de vacas alentejanas, vermelhas, grandes, de longos chifres e ancas descarnadas.
Mas ainda mais do concerto de sons. À medida que mordiam a erva, faziam soar á vez uma orquestra de chocalhos, de cores diferentes e cada cor com vários tons. Ali uma manga, mais além um som mais agudo, acolá um timbre corrido, misturado com uma campainha. E eu fiquei absorto não sei por quanto tempo.
Hoje, ao olhar do mesmo ângulo, penso que tanto podia ser há quarenta, quatrocentos ou mil e quatrocentos anos. A paisagem continua lá, igual, como sempre.
O tempo só existe para quem o mede.
sábado, maio 28
Vida Local
A VALNOR vai construir Central de Preparação de Combustíveis Derivados de Resíduos
A empresa VALNOR, que se dedica ao tratamento e valorização de resíduos urbanos, vai investir três milhões de euros na construção de uma Central de Preparação de Combustíveis Derivados de Resíduos.
A empresa VALNOR, que se dedica ao tratamento e valorização de resíduos urbanos, vai investir três milhões de euros na construção de uma Central de Preparação de Combustíveis Derivados de Resíduos.
Segundo a minha fonte, “a obra está adiantada seis (6) meses, coisa rara nos tempos que correm” sic
Dia a Dia
Sábado de tarde, chove um pouco e as trovoadas voltaram
Mas este nosso micro clima é absolutamente maravilhoso
Em pouco tempo o céu se "encarafouça", troveja, chove, e o sol de novo se acende, luminoso e quente
Mas, ainda que assim não fosse, nada me "torrava" a paciência.
Porque hoje é sábado e eu estou p'ra lá de contente
sexta-feira, maio 27
Vida Local
Obras previstas para Seda, a ter início nos próximos meses, levarão a um investimento próximo dos 459 mil euros.
Beneficiação de Arruamentos, Centro de Convívio na Escola Primária, onde vai passar a funcionar também a Junta de Freguesia, Requalificação da envolvente das piscinas, do parque infantil e finalmente a requalificação do Largo da Igreja Matriz.
A Câmara Municipal de Alter do Chão, está ainda a tentar comprar a casa Salgueiro, (ao lado do Café Candeeirinho), para alargar a rua.
Com dedicatória...
Yolanda Soares - Malmequer Pequenino
Sim, é isso!
É mesmo para alguém que não quer ser "a wild rose", mas um malmequer pequenino
quinta-feira, maio 26
Dia a Dia
Hoje é dia de torcer, de pensar positivo
A minha grande amiga está a dar-se muito bem
Não será graças ao meu pensamento positivo e de mais meia-dúzia de pessoas que estão comigo e claro, com ela.
Mas mal não fará e ela está a ajudar muito com a sua força
Vai fundo, mulher de sorte, tu tens tudo para te dar bem
E eu estou muito feliz
Por ela e por mim
terça-feira, maio 24
Receitas da avó velhinha
Sopa de Cação
Ingredientes - Cação - 3 /4 dentes de alho - 1 molhinho de Coentros - 1 pedaço de poejos (secos ou frescos) - azeite q.b - 2 colheres (sopa) de farinha - vinagre - sal q.b - água q.b - Pão (duro) torrado ou não consoante o gosto.
Num tacho grande põe-se uma porção de azeite a gosto, pica-se 2 a 3 dentes de alho e migam-se os coentros (bastantes, mas consoante o gosto)
Corta-se o cação em postas, (se for congelado, deve ser cortado antes de descongelar), deita-se no preparado, juntando o sal. Mexe-se suavemente, para o cação não se desfazer. Se necessário ir juntando água, para não deixar agarrar ao tacho (o peixe coze rápido e é necessário ter atenção, para não de desfazer).
Numa tigela com um pouco de água mistura-se muito bem 2 colheres (sopa) de farinha até ficar dissolvida, junta-se no preparado envolvendo muito bem.
Juntar água suficiente (não esquecer que é uma sopa) para ficar mais ou menos espessa conforme o gosto. Mistura-se um bom pedaço de poejos (é o que caracteriza a sopa de peixe)
Por fim e já fora do lume, junta-se vinagre a gosto.
Serve-se simples, ou acompanhada com pão torrado.
Nota: a farinha pode ser dispensada, mas atenção para o caldo não ficar muito ralo.
Ingredientes - Cação - 3 /4 dentes de alho - 1 molhinho de Coentros - 1 pedaço de poejos (secos ou frescos) - azeite q.b - 2 colheres (sopa) de farinha - vinagre - sal q.b - água q.b - Pão (duro) torrado ou não consoante o gosto.
Num tacho grande põe-se uma porção de azeite a gosto, pica-se 2 a 3 dentes de alho e migam-se os coentros (bastantes, mas consoante o gosto)
Corta-se o cação em postas, (se for congelado, deve ser cortado antes de descongelar), deita-se no preparado, juntando o sal. Mexe-se suavemente, para o cação não se desfazer. Se necessário ir juntando água, para não deixar agarrar ao tacho (o peixe coze rápido e é necessário ter atenção, para não de desfazer).
Numa tigela com um pouco de água mistura-se muito bem 2 colheres (sopa) de farinha até ficar dissolvida, junta-se no preparado envolvendo muito bem.
Juntar água suficiente (não esquecer que é uma sopa) para ficar mais ou menos espessa conforme o gosto. Mistura-se um bom pedaço de poejos (é o que caracteriza a sopa de peixe)
Por fim e já fora do lume, junta-se vinagre a gosto.
Serve-se simples, ou acompanhada com pão torrado.
Nota: a farinha pode ser dispensada, mas atenção para o caldo não ficar muito ralo.
domingo, maio 22
Entre o Céu e a Terra
"Daí a pouco o dia findava e hoje era daqueles dias em que queria ver o pôr-do-sol.
Pôs um pé numa saliência do tronco e com a mão agarrou o galho acima da sua cabeça. Com a força dos braços içou-se para cima até que com os dois pés já bem assentes, lançou-se num salto para o ramo a seguir. Pendurada pelos braços olhou lá para baixo e viu pendentes as pernas nuas e os pés descalços. Balançou o corpo para a frente, depois para trás, e quando balouçava para a frente via o céu, quando balouçava para trás via a terra..."
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Eu conheço esta menina de a ver deambular pelos campos da minha labuta. É um pouco Maria-rapaz, num corpo miúdo, mas que se adivinha robusto. Coroa-lhe a cabeça um emaranhado de cabelos negros, que gritam falta de pente aos quatro ventos. Tem um nariz fino e inquisidor, que franze á menor contrariedade. Os olhos são vivos e não se limitam a olhar, vêm com interesse tudo por onde passa. E descobre sempre o que há de mais belo e importante em todas as coisas. Atravessa muitas vezes o meu caminho em corridas desenfreadas. Acena com gesto largo, brinda-me sempre com um sorriso gaiato e leva o meu coração preso nos seus cabelos negros. Eu fico a inventar coragem para um dia lhe pegar ao colo e carregá-la para o meu mundo.
(Joaquim Carrapato – pastor)
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