quinta-feira, junho 28

Escrito ontem


Contar o Tempo

O tempo não para, não nos espera, porque nos carrega, na corrida incansável para o fim. Ou para o outro lado.
Não contamos todos os dias, porque somos nós em viagem e raramente temos tempo para fazer o balanço diário, os dias encadeiam-se, começamos outro sem mesmo esperar que o anterior termine, é a vida a correr, imparável.
Normalmente todos fazemos o balanço anual, ou fazem-no por nós, ao arrepio da nossa vontade; Parabéns, é o teu aniversário. E nós ficamos felizes pela lembrança, ou aborrecidos pelo mesmo motivo; um paradoxo.
Hoje faço cinquenta e três anos (53) e não estou feliz nem triste, estou tranquilo e a caminhar para o velho, (ser velho, é quando a maioria das pessoas que vamos conhecendo são mais novos do que nós).
Mas este facto não me tira o sono. Há cinco anos era bem mais velho do que sou hoje, quer física quer espiritualmente. O nosso entorno e os factores emocionais da nossa vida, influenciam em muito o passar do tempo e os estragos que provoca.
Por este andar, não tarda muito estou com vinte e cinco (25).

terça-feira, junho 26

Tradução : Tixa Falqueto


AT THE END OF THE WORLD

I looked for a piece of me all around the world
It could be easier
If I stayed calm.
Dying alone...

It's not like me giving up early, avoiding illusions
I've always been restless
I never gave up
Looking for you

Everything that I missed here for many reasons, I've searched away
I found everything
I looked for
Right at the end of the world...

And I didn't lose myself
And I came back stronger
And I came back with you.

domingo, junho 24

Sentir-se em casa


É mesmo muito complicado! E mais se complica á medida que se pensa. Como todas as definições, consoante as vamos aprofundando, surgem novas ideias cada vez mais complexas.
Sentir-se em casa, é alguém experimentar olhar á volta e reconhecer-se em todo o entorno. Estar á vontade e ter o espaço sem precisar ser ostensivo.
Há muito tempo, alguém passou aquela porta azul e sentiu uma força que vinha de mim. Não força de domínio, mas de serenidade, de quem sem precisar de o afirmar, mostra que está de bem com a vida e fá-lo com um sorriso sereno e o olhar firme que controla o espaço.
Eu nesse dia, como não podia deixar de ser, fiquei vaidoso, só mais tarde tentei saber o porquê. Será que nos devemos diluir no ambiente que nos rodeia, ou agarrá-lo e fazê-lo parte do que nós somos? Uma extensão do “nós”? Eu acredito na segunda hipótese.
Quando analisei estas palavras como se fossem “lágrima de preta”, bem vistas de todos os ângulos, percebi; eu sou dono do meu espaço, porque o meu espaço sou eu.

quarta-feira, junho 20

Palavras Soltas


Não me peçam que escreva em redondo;
Que eu não sei
Só trago termos grandes como punhos
Que tento a todo o custo pôr no alvo

Não me peçam esta hipocrisia aprendida;
Que eu rejeito
Eu não sei nem quero escrever o amor enjoo
Não quero seguir estradas conformistas

Não peçam que me prenda a preconceitos;
Que me cale
E só deixe que se solte o eu domado
Que eu quero desafios em cada verso

Não me peçam ainda mais palavras mansas;
Que eu não tenho
Só tenho a bruta fúria amarga dos que sofrem
Dos que sentem na pele o ferrete da injustiça.

- j a godinho / 18/06/2012 -

terça-feira, junho 12

Soneto 41


O facto de eu te amar, é ponto assente
É das poucas certezas do meu mundo
Ser teu, o meu amor forte e profundo
Quem diz o contrário, por certo mente.

Foste a força motriz do meu presente
Veio contigo a minha vontade de futuro
A nova luz deste mundo outrora escuro
A vontade de viver, que andava ausente

Chegaste numa tarde, do meu Outono
Uma época que não deveria ser florida
E eu deixei de viver o quase abandono

Em que se estava tornando a minha vida
Passaste a viver misturada no meu sono
A ser dos meus sonhos; a musa querida.