quarta-feira, novembro 30

Vozes do Passado (a.m.v.a.)


Francisca

Tem uns olhos bonitos, que só vendo!
Sinceros, meigos, calmos, que leveza.
Inventam alegria na tristeza,
Que olhos são aqueles, não entendo.

Mas não está só nos olhos a beleza,
Deste rosto que eu tento descrever,
Tem uma boca que ri, mesmo sem ter,
Motivos p’ra sorrir, tenho a certeza.

É toda pequenina, esta donzela,
Não quis Deus que crescesse mais um pouco
Mas nada se perdeu, porque Ele em troco,
Deu-lhe um coração maior do que ela.

O carinho que tem por toda a gente,
É mais um dom, desta criatura
Pequenina, mas toda ela é ternura
De quem eu sou irmã, mas tão diferente

(a.m.v.a.) 27/09/84

Gosto desta maneira de escrever da minha amiga, revejo-me nos tempos, nas pausas, no ritmo de respiração do texto. Bem Vinda ao "Crónicas".

terça-feira, novembro 29

Quatro Luas


Eu que sou homem do sul, do dia e do Sol.
Que vivo de luz,
E adoro dias claros,

Escrevo para a lua, mulher e luzeiro da noite,
Que é espelho,
E quer contemplação.

Um astro que nos faz bem só com olha-lo
E em quatro fases,
Se faz e se desfaz.

Uma fonte de segredos, de secretos sonhos,
Ora pressentida de invisível,
Ora bela, bojuda e luminosa.

segunda-feira, novembro 28

Fado

Património Imaterial da Humanidade

domingo, novembro 27

Vozes do Passado (a.v.a.)


É isto que eu gosto, pessoas. Eu adoro visitar o passado, as minhas memórias, as pessoas que algum dia me disseram alguma coisa.
Encontrei uma colega de turma, das que não se esquecem e que há muito queria encontrar. E parece que nem passaram trinta e cinco anos.
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Bom Dia Camarada

Gostei da ideia, mas eu só tenho facilidade nas quadras. Sou fã do António Aleixo. E aquilo que me apetece dizer é simples e rude ao mesmo tempo e a quadra é o que me serve melhor.

Não sabendo ainda do tema proposto por ti , hoje de manhã fui aí dar-te um abraço e disse-te isto:

Hoje não consigo andar
Já não sei o que é correr
Sei que a dor pode matar
mas eu não chego a morrer

Pode uma quadra mentir?
Há sempre algum exagero...
Tem mais a ver com sentir
E com algum desespero

Fica bem
Um abraço

Não te esqueças que continuo a ser de esquerda e que a nossa grande diferença está na fé que eu tenho em Deus e tu não (outro bom tema para os nossos versos) Isto para te dizer que podes publicar tudo. Eu só não tenho vontade de falar com ninguém mas quem é de esquerda não se esconde de nada.
Mas se puderes dizer que é só uma grande amiga tua eu não faço questão de publicidade

A.V.A

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Pois é, eu lembro-me. Mas a tua fé nunca te impediu de brigar com o P. Manuel e lá estava eu, metido em problemas para te defender.
Amiga, não importa o que não temos, eu já ultrapassei essa fase, valorizemos as nossas mais-valias.
Sabes?
Eu não pude estudar, mas mesmo assim aprendi muita coisa.
Não viajei, mas conheço muitos lugares.
Não me relacionei, mas conheço as pessoas.

Que me importa o exagero?
Exagero não é mentir.
È somente um desespero,
Um medo de algo por vir.

Essa coisa do andar,
Deambular ir e vir,
Eu cá, só tenho o voar,
Abrir asas e partir.

E parto p´ra me encontrar.
Eu parto dentro de mim.
Conheci serras e o mar.
Até te encontrar por fim.

J.A.G.

sábado, novembro 26

Os Dias


Há dias grandes como laranjas da Baía
São difíceis de passar.
Arrastam-se como horas mortas.
E normalmente não deixam memória.

Outros, são como riscos de Estrelas Cadentes
Passam sem se dar por isso,
Sem termos tempo de pedir desejo,
E perduram muito para lá do razoável.

Estes, saboreio-os como às laranjas,
Em rodelas finas, com uma areia de sal,
Para lhes apurar o sabor.

O sal que trago nas palavras.

sexta-feira, novembro 25

Flor Sem Tempo


Nasceste como todas as flores, numa primavera bonita
Trazias uma alegria sonhada e promessas de partilha
Foste muito breve, como todos os amores de verão
Até um dia triste de Outono te barrar os passos

Provavelmente terias acabado gorda e sem cabelo,
Como terminou o Maio
Provavelmente morrerias às mãos de esbirros sanguinários,
Como se acabou em Santiago
Ou mais provavelmente perderias o rumo sonhado por nós,
Para te tornares numa sociedade sinistra

Mas não te deram tempo,
Morreste às mãos da mediocridade que somos.
E nós nunca saberemos o que podias ter sido.

Tenho saudades de ti, Utopia

* O Crónicas nunca deixou de assinalar o 25 de Novembro