quarta-feira, novembro 2

Saudade Corpórea


Numa vida desencontrada
Encontro-me sem me conseguir encontrar.
Perco-me nos caminhos tortuosos da saudade,
Uma saudade plena que se consegue corporizar.

Tornam-se membros as lembranças,
Morre nos lábios o desejo
E em minh’ alma permanece a dor.
Esta alma unifica-se
Num corpo que se sacia de amor,

Quando perto de ti, ó saudade, me sento.
É a noite que se mostra…
E cai sobre a terra como as folhas d’um Outono cinzento
Iluminando-se quando apareces a cada momento!

Leonor de Vasconcellos
        19/11/ 2010

3 comentários:

  1. Nos poucos poemas da Leonor que editei, é a segunda vez que aparece a palavra "corpórea" no título.
    Numa escrita com pouca "chama", poderia ser coincidência, aqui, onde se escreve com todos os sentidos, as palavras contam todas.
    Esta poesia é muito mais Espanca que Pessoa, mais Eros que Serafim.
    Este amor que nos conta, sendo sentimento, rapidamente se transforma em sentidos.
    Camões dava bem esta medida ao escrever, amor é..."dor que desatina sem doer"

    Aqui há muito desatino.

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  2. Eu também estou revoltada, ele não me quer, por ser noivo e amar a noiva.
    Por que eles se amam tanto e ele fica nesta nostalgia ?
    Que porcaria.

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  3. Por que sinto falta de você?
    Por que esta saudade?
    Eu não te vejo, mas imagino suas expressões,
    sua voz teu cheiro...
    A saudade engana tão bem, que parece até amor.
    Amor e saudade desatina a dor sem doer.
    É melhor aquele que teve um amor e uma saudade para doer.
    Do que aquele...
    Que nunca teve saudade e nem amor para doer.
    Essa dor é boa, só não tem explicação.
    Porque ela às vezes sai pelos olhos,
    Em lágrimas que caem, sem parar.

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