sexta-feira, abril 25

25 A.



Foi há 40 anos, eu tinha 14 e estive lá, estupefacto…
Vi, como um país cinzento e triste, se fez arco-íris de pensamentos.
Assisti ao advento de sonhos, de todas as cores.
Até que um dia, Novembro se vingou.
E de todos os ataúdes putrefactos dos velhos esbirros, soltaram-se filhos e netos, agora, esvoaçam por aí impunemente, chupando “o sangue fresco da manada”.

FLOR SEM TEMPO

Nasceste como todas as flores, numa primavera bonita
Trazias uma alegria sonhada e promessas de partilha
Foste muito breve, como todos os amores de verão
Até um dia triste de Outono te barrar os passos

Provavelmente terias acabado gorda e sem cabelo,
Como terminou o Maio
Provavelmente morrerias às mãos de esbirros sanguinários,
Como se acabou em Santiago
Ou mais provavelmente perderias o rumo sonhado por nós,
Para te tornares numa sociedade sinistra

Mas não te deram tempo,
Morreste às mãos da mediocridade que somos.
E nós nunca saberemos o que podias ter sido.

Tenho saudades de ti, Utopia



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