sábado, abril 26

O 40º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL(João Aurélio Raposo)



Num contexto difícil do ponto de vista social e económico celebra-se, hoje, o 40º aniversário do 25 de Abril de 1974.
A falta de resposta, em tempo oportuno, das instituições da Comunidade Europeia – Comissão e Banco Central Europeu –, a uma crise do sistema financeiro, desencadeada em 2008, colocou os países da Comunidade Europeia, com economias mais vulneráveis, designadamente a Grécia, Irlanda e Portugal, em sérias dificuldades financeiras, impossibilitando a consolidação das suas  contas públicas, a curto prazo.
Por exigência dos credores, na sequência do pedido de resgate, de 2011, foi imposto ao nosso País um programa de austeridade e de reformas ditas “estruturais” que se traduziram em desemprego, redução de salários e pensões e numa profunda recessão económica.
Neste processo foram atingidas as classes desfavorecidas, nomeadamente com o aumento do desemprego e esmagada a classe média através da redução dos rendimentos e de um aumento brutal de impostos sobre os rendimentos do trabalho e das pensões, facilitando a aplicação de um programa ideológico, levado a cabo por um governo que chegou ao poder baseado numa campanha eleitoral manifestamente ardilosa e enganadora.
Nesta data a manutenção das funções sociais do Estado, designadamente a EDUCAÇÃO, SAÚDE e SEGURANÇA SOCIAL, nos moldes em que foram fixadas pela Revolução de Abril e pela Constituição de 1976, obriga a que o desenvolvimento económico se faça de forma a não prejudicar as classes trabalhadoras e a continuar a favorecer o capital, tentando repor a situação existente antes do 25 de Abril.
Também se celebra hoje o 105º aniversário do Congresso do Partido Republicano, que se realizou,em Setúbal, em 1909, e onde foi deliberada a formação de uma comissão encarregada de proceder aos preparativos para o derrube da monarquia. Essa comissão foi coordenada na parte militar pelo Almirante Cândido dos Reis, nome que figura na rua principal da vila de SEDA, e na parte civil pelo médico psiquiatra Dr. Miguel Bombarda.
Qualquer deles não chegou a assistir ao triunfo da Revolução de 5 de Outubro, que pôs fim a uma monarquia com cerca de 800 anos, pelo que hoje são considerados mais mártires do que heróis daquela revolução. Efetivamente, em 3 de Outubro de 1910, o Dr. Miguel Bombarda foi assassinado por um dos seus doentes e o Almirante Cândido dos Reis suicidou-se, no dia seguinte, por temer o falhanço da revolução, dado o abandono de altas patentes militares que se haviam comprometido com os republicanos.
A história repete-se em 25 de Abril de 1974, dia em que o Movimento das Forças Armadas, constituido, essencialmente, por capitães e oficiais subalternos, com a adesão do povo, pôs fim a uma ditadura  de meio século que mantinha o nosso País numa situação insustentável de atraso civilizacional no final do século XX.
- 25 DE ABRIL SEMPRE!
- REGRESSO AO PASSADO, NUNCA MAIS!




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