Importa-me

Importa-me que esse encantar
Leva-me a tantos lugares desconhecidos
E minha alma põe-se a cantar
Quando não se prosta a caminhos vencidos.

Importa-me que essa pura ilusão
Possa aos píncaros do querer me levar
Viver a esperar cada canção
Que possa meu ser alimentar.

Importa-me que tantos fantasmas
Estejam sempre a rondar
Sejam verdadeiros, imaginários, plasmas
Juntos com cada dia a andar.

Importa-me da casa de soleira florida transitar
Pensar que o tudo que se pensou
Em um além distante gritar
Em breves instantes se materializou

Importa-me saber que a sintonia
Existe em baixo de uma árvore bela
Existe verdadeira, inteira na agonia
De tanta dor velada na sequela.

(Cloé Madruga)