domingo, fevereiro 2

In ARRUMADOR DE PALAVRAS



Este é o tipo de escrita de que gosto, de me espraiar sem uma meta, ao sabor das palavras que chegam.

Gestão do Tempo

Como é do conhecimento de todos, eu sou muito caseiro, feitios…Então uso os “chats” para comunicar, é uma ótima maneira de ter sempre a conversa em dia.
Há tempos uma amiga perguntou-me, “O que fazes?”, eu respondi, “Faço tempo”. Ela achou muito original, ao ponto de agora me cumprimentar quase sempre com a mesma pergunta, e eu respondo com uma gargalhada.
Eu costumo dizer que o tempo só existe para quem o mede, para mim, medi-lo é fazer o meu tempo, adaptar-me a ele ou usá-lo como preciso. Porque o meu tempo é o de todos, a diferença, é como cada um o preenche, ou se espraia nele.
Divido o meu tempo em partes quase iguais, onze horas de descanso e treze de vigília.
Não, não durmo mais que seis a oito horas, no resto do tempo penso, ou então escrevo. Sim, gosto de escrever durante a madrugada, escrevo de memória, quando ela está fresca, após o sono reparador. Tenho as ideias, fixo-as, desenvolvo-as e guardo cá dentro, quando pela manhã me sento ao computador passo tudo para o word.
As horas de vigília são divididas entre higiene, alimentação, escrita, conversa, etc.
Neste momento estou a escrever muito pouco, é uma espécie de época de resguardo. Estou falho de imaginação, procuro novos caminhos.
Costumava ocupar grande parte das minhas horas com o blog, que escrevo há oito anos, mas com a crise de escrita, está um pouco às moscas.
Muito do meu tempo livre passo no Facebook, onde tenho uma página que considero muito boa, tenho um Grupo e colaboro nalguns Grupos de Poesia. Mas o que gosto realmente é de conversa.
O meu compadre Carrapato de vez em quando visita-me, chega com o ar respeitoso de sempre. É um homem que inspira confiança, vê-se á distância que traz consigo uma imensa bagagem de saber empírico. Fala devagar, como um amigo e diz sempre alguma coisa inesperada, daquelas verdades muito óbvias, depois de ditas.
No último encontro trazia nos olhos uma luz nova, como quem olha as coisas pela primeira vez e um sorriso travesso nos lábios. Não lhe perguntei o motivo, porque a nossa relação não é feita de perguntas. De motu próprio nos damos as respostas quando estão maduras, elas, as respostas e nós dois.
Depois de uma hora despediu-se da mesma maneira de sempre, mansamente, com um “santas tardes, compadre” e eu fiquei a dizer com os meus botões; “aqui há gato…”.
Assim vou fazendo o meu tempo, produto das minhas circunstâncias. A não ser elas, não teria necessidade de fazer tempo, faria outras coisas.

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