segunda-feira, fevereiro 11

NUNCA TE DEIXAREI - Maria Helena Ribeiro



Capitulo IV

A noite de sexta – feira foi a preparar a maleta de fim-de-semana. Queria levar uma “Lingerie sexy”. Já que era para ser, que fosse em grande estilo.
António telefonou à noitinha e já se sentia o desejo e a paixão no ar. Conversa entrecortada de suspiros e risos prometedores.
Na manhã seguinte, António chegou cedo tocou à campainha e pediu para subir. Marina, ainda em robe, abriu a porta e desta vez ele entrou. Ambos se olharam num prenúncio de paixão, como se tudo em volta tivesse sido apagado, as suas bocas se beijaram. Depois ficaram por segundos, a olhar um para o outro. António abraçou-a pela cintura e ela deixou-se levar. As bocas se procuraram de novo mas desta vez o beijo foi correspondido, desejado e saboreado.
António desapertou-lhe o robe e encostou-a à parede beijando-lhe o pescoço e procurando a boca que sentia sequiosa.
Marina, com uma pressa inusitada, desapertou-lhe as calças que foram caindo. De repente os dois se colaram abraçados, sem saber como, as pernas de Marina rodearam a cintura de António e foi o êxtase. Num dar e receber repentino, como algo que se traz reprimido e é solto de repente, o desejo que estava fechado como numa garrafa de champanhe à qual tiraram a rolha. Explodiu.
Ofegantes, olharam-se e riram ao mesmo tempo, seus olhares cúmplices se trocaram em palavras e frases não ditas...
António puxou as calças e:
- Vamos nos arranjar para irmos p’ra serra?
Marina olhou-o com aqueles olhos ainda esfomeados e respondeu:
- Meu amor, aqui nós temos a serra com as suas árvores outonais, o jardim de flores exóticas, a erva onde podemos rebolar à vontade. Aqui neste sítio, temos o Paraíso.
Pegou-lhe na mão, ainda transpirada:
- Vem.
Levou-o pelo corredor sem interrupções nem apresentações e entraram no quarto. A cama ainda por fazer, mas quando Marina olhou-a, pareceu-lhe que o lugar vago a seu lado já estava ocupado com outro ser amado.
Despiram-se um ao outro, numa dança lenta de streep. Quando por fim ficaram nus António pode ver o corpo de deusa que o esperava e Marina viu um homem com o desejo bem explícito.
Aos beijos lentos, saboreando os lábios um do outro se deitaram naquela cama. E o idílio começou, lentamente. Cada um ia acariciando o outro, Marina beijava-o, primeiro na boca depois no pescoço, beijo arrastado. Trincou-lhe ao de leve a orelha, ele estremeceu, António acariciava aquele corpo, que há muito desejava.
Suas mãos não paravam no conhecimento, táctil daquele corpo, acariciou-lhe os seios entumecidos. Marina suspirava. As mãos de ambos percorriam em carícias os corpos um do outro. Suas bocas voltaram a encontrar-se, beijo sensual, uma boca abraçava a outra com os lábios, as línguas se encontraram numa apresentação. António voltou a percorrer os lábios de Marina com a língua e Marina o mordiscou devagar.
As bocas voltaram a encontrar-se e o bailado dentro destas começou lento, apressado, num frenesim. Marina acariciava-o lentamente, suas mãos pareciam seda deslizando pelo corpo de António, sua boca as acompanhava naquele percurso, num deleite para os dois. António estremecia.
Marina gostava de pôr os homens assim, ansiosos pelo momento final.
Ambos se encontraram, ele deitado de frente ela sentada e cima dele, e num cavalgar primeiro a passo, depois a trote e no final uma corrida sem freios, sem controlo.
Ofegantes, suados e extasiados, se beijaram num agradecimento. Olharam um para o outro e riram, riram como não faziam há muito tempo. Encostados um no outro, bem juntinhos, descansaram. O fim – de – semana apenas tinha começado...
Nunca te deixarei. Murmurou António.

FIM…

Maria Helena/ (Maria Helena Ribeiro)


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