sábado, fevereiro 2

Conto – Três Flores, Uma aventura (Parte III)



E, ainda não tinha acabado de formular o pensamento já Maria estava no areal. Não precisou sequer de telefonar. Talvez os seus pensamentos se cruzassem, não sei bem, mas sei que entre Maria e as flores, bastava o pensamento para que comunicassem. Até é bem possível que entre Marlene e Maria também tenha acontecido assim!
Ora já estava tudo preparado, já podiam andar ou correr na areia, mas Maria preferiu ficar ali sentada absorvendo a maresia, deixando os nossos pombinhos desfrutar de uma corrida pela praia.
Ali sentada olhava enternecida as três flores, feliz por saber que aquele Lírio Roxo iria com ela. Pensando nesta suave e doce alegria, parou o seu olhar bem no centro do coração. Havia qualquer coisa de diferente ali, que chamou a sua atenção. As flores pareciam luminosas, luminosas ou iluminadas, ela nem sabia bem definir o que via... Então, muito atentamente, fixou o centro desse coração, sentindo-se mergulhar nele, sentindo-se também envolta pela mesma luz que agora brilhava ainda mais intensamente. Já não era só ela e as flores, nesse coração de luz estavam todas as flores, todas as pessoas, todas... tudo! E desse “tudo”, emanava o amor, a beleza, a sabedoria, a paz... «Que coisa linda!», pensou Maria.
- Eh! Maria, acorda! Não se deve dormir na praia, por acaso não é verão, não está calor, caso contrário bem podias apanhar um escaldão!
- Sabes mana? Parece que viajei até ao coração do Universo! Parece, não! Mesmo que tenha sido a sonhar, eu estive lá, estive eu e estiveram vocês. E vi com quanto amor, quanta beleza, quanta sabedoria, quanta paz ele nos abraça diariamente! E soube que tu e o António não estão juntos por acaso, vocês são complemento um do outro.
Agora estas três flores, além de flores, são a essência das três pessoas a quem estão tão intimamente ligadas.
E o jardim, mesmo sem elas, está prestes a desabrochar com mais surpresas para fazer as delícias dos namorados (e não só), uma vez que o tempo já vai a caminho da Primavera.

Maria La-Salete Sá


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