quinta-feira, novembro 25

Improviso

Foram pr' aí três milhões, muito poucos, dizem outros
A eterna guerra dos números, das leituras, interpretações
Eu diria que foram muitos, mais que muitos, um ror de gente
Outros mais não puderam, muito mês de sobra, p'ra poucos ganhos
Muitos tiveram medo de passar á "lista negra" da rua anunciada
E há os outros, os que estão fora do mercado de trabalho, razões várias
Os que só podem sentir "a raiva crescer-lhes no peito"

Raiva contra a "Corja" que há trinta e cinco anos sequestrou o país
A Corja que á vez se locupleta num saque contínuo, de tudo
A Corja de vampiros que esvoaça por cima de todos os "tachos"
A Corja de doutores e engenheiros que enxameiam toda a administração pública
Cursos comprados em universidades manhosas, criadas para lhes "doutorar" a idiotice
A Corja de banqueiros agiotas com ligações estreitas e interesses comuns

Que dia para este desabafo, apropriado, há trinta e cinco anos, estes mesmos...
Fecharam as portas que Abril abriu.
E trouxeram-nos aqui...

4 comentários:

  1. Um desabafo com sabor de arrepio humano... Alguns contam 35 anos outros 49 ou mais de saturação. Não é fácil ignorar estas verdades.

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  2. Muito saboroso naco de prosa sobre os chulos da Nação
    Pena que a maioria dos meus Concidadãos não se consciencialize.

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  3. Como é a música, Joice?
    "Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar"

    Vencido
    "Os Chulos da Nação" é muito forte. Há verdades que não devem ser ditas.

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  4. "Que dia para este desabafo, apropriado, há trinta e cinco anos, estes mesmos...
    Fecharam as portas que Abril abril" ????
    Mau, que portas eram essas? as de um regime comunista? É que apesar do desgoverno que temos, estamos em democracia.
    Obrigado Eanes
    ;-)
    Carlos Caldeira

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