segunda-feira, agosto 9

Novas Oportunidades

Inovação

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A Inovação faz parte da condição humana e trouxe-nos desde a idade das cavernas até hoje. O espírito inovador está associado á inteligência e é a génese do progresso. É um processo que inclui as actividades técnicas, concepção, desenvolvimento, gestão e que resulta na comercialização de novos (ou melhorados) produtos, ou na primeira utilização de novos (ou melhorados) processos.

Inovação pode ser também definida como fazer mais com menos recursos, por permitir ganhos de eficiência em processos, quer produtivos quer administrativos ou financeiros, quer na prestação de serviços, potenciar e ser motor de competitividade. A inovação quando cria aumentos de competitividade pode ser considerada um factor fundamental no crescimento económico.

No campo laboral os processos de inovação só se tornaram mais prementes após a Revolução Industrial. Até aí os trabalhadores não eram pagos pelo valor acrescentado do seu trabalho. Recebiam uma mera retribuição que lhes permitisse comer o estritamente necessário para ter forças e poder trabalhar no dia seguinte. Quando a retribuição pelo trabalho deixou de ser despiciente, foi preciso aumentar o lucro das actividades e inovou-se. Tentaram adaptar-se novas técnicas de gestão de trabalho e processos novos.

No campo em que sempre me movi; os serviços, por trabalharem com base nas comunicações, teve uma evolução espectacular. Lembro-me de como era o Expediente num escritório nos finais dos anos setenta. Embora já houvesse máquinas eléctricas de calcular, todo o resto das tarefas eram monótonas e tremendamente complicadas. Trabalhava-se com enormes máquinas de escrever. Um dia inteiro a mover o “pente” deixava o braço direito dormente. Quando era preciso fazer dois duplicados, (com papel químico), tinha que se pôr toda a alma em cada tecla para a impressão ficar visível. Passavam-se dias a fazer cheques, cartas de envio, depois esperava-se uma semana ou duas para que o destinatário processasse o recibo e o enviasse pelo correio. Lembro-me de em contabilidade trabalhar com uma grande inovação, A Prancheta Ruff. Permitia processar várias sub-contas ao mesmo tempo com uma só escrituração. Cheguei a fazer com régua e esquadro, folhas de cálculo á minha maneira.

Hoje é tudo muito diferente. Em pouco tempo se fazem pagamentos por transferência bancária e baixam-se imediatamente os comprovativos. Tudo acontece na hora, sem perdas de tempo. Já não se enviam cheques e para qualquer dúvida, trocam-se e-mails.

Os sistemas de contabilidade estão no computador, são inteligentes e consultam-se com um click. Nada de arquivos alfabéticos que nos matavam a paciência quando uma ficha ficava mal arquivada.

Por este andar, depressa virá o tempo em que os trabalhos intelectuais, (sem manipulação de materiais), sejam efectuados em casa, sem espaço físico de trabalho, por pessoas de qualquer parte do planeta. É o fim do emprego tal como o entendemos.

2 comentários:

  1. O ditado “nada se cria, tudo se copia” é uma verdade. Inovação - num mundo globalizado, com interesses puramente comerciais que sobrepujam o coletivo, onde as benesses dessas supostas inovações somente são sentidas anos, ou mesmo décadas após a sua implementação (quando já deixou de ser uma coisa nova) – é, no mínimo, utópica. Quando se estabelece uma relação entre tempo e aplicação geral da inovação, constata-se que gerações já morreram sem usufruí-la. Seria uma coisa boa se fosse auto-aplicável e não demandasse da “boa vontade” política para somente ser aplicada ao coletivo após a satisfação individual de intermediários e que dela se locupletam em desfavor dos legítimos destinatários. Inovação, em sentido amplo e real, só existiria quando preenchido o requisito de prestação imediata, ampla e absoluta de todos os recursos a si inerentes. Pelo contrário, o que vemos reiteradamente é traduzido pelo ditado: “por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento”. A frase “fim do emprego tal como o entendemos” poderia ser dita como “o fim do emprego decente”.

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  2. Estamos todos os dias no inicío de uma nova Era, de facto nada é como antes, mas já dizia Heraclito " não nos banhamos duas vezes na mesma água". Será mau, será bom? Diferente apenas. Sigo atentamente todas as trnsformações, mas aquela que mais me preocupa é o respeito pela humanidade, queria eu inovação a custo zero. Ou mehor, inovação e benefício imediato, mas isso...
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