Desenrasque

Pois é, estou neste ponto. Numa crise de imaginação. Atingi mesmo a maré baixa e não sopra uma aragem de ideias novas.

Socorri-me deste pequeno texto que escrevi como comentário. Prometo que um dia volto ao tema e desenvolvo.

" O homem percebeu que era fraco, presa fácil de todos os animais de grande porte, e teve medo de viver.
Não compreendia porque havia noite e dia, porque se sucediam as estações do ano, o frio e o calor e os animais que caçava voltavam sempre quando o sol se punha e nascia no mesmo lugar.
Não percebia as tempestades, o ribombar dos trovões, porque caía fogo do céu que ainda ontem era calmo e aprazível.
Porque nasciam crianças, o que as fazia crescer. Porque razão os invernos rigorosos levavam sempre os mais velhos. Porque os entes queridos perdiam aquilo que lhes dava vida e ficavam iguais mas muito quietos, sem nada lá dentro.
Então o homem esculpiu uma imagem, "á sua imagem e semelhança", porque ele era a medida de todas as coisas.

E chamou-lhe Deus. E atribuiu-lhe todos os seus medos as suas incompreensões.
E o Deus primordial era imenso, porque carregava nas costas todas as ignorâncias dos homens, e estes não sabiam quase nada.
O tempo passou, Deus foi-se apoucando cada vez mais á medida que o homem foi entendendo o mundo e a si próprio.
Eu, homem moderno, respeito quem ainda tem necessidades metafísicas, mas não preciso de um Deus para me entender.
Eu criei Deus á minha imagem e semelhança, quanto mais coisas entendo, mais próximo estou da minha criação.

Eu um dia sou Deus, quando conseguir racionalizar tudo"