quarta-feira, março 26

Joaqum António Godinho - Escritor



DESTINO

“Estava escrito há muito! Foi só procurar, até te encontrar”

O destino? Há quem lhe chame isso, não que eu acredite muito. O nosso destino é determinado a cada momento pelas circunstâncias. È verdade que não se pode lutar contra o destino, porque se nós lutamos e mudamos alguma trajetória, pode sempre dizer-se era o destino.
Nós temos sempre um ponto de partida, o nascimento, que também é fruto do destino, foi ele que uniu os nossos pais, os nossos avós, que determinou o lugar onde nascemos, tudo, em suma.
Eu por vezes penso que o meu destino era outro, nascer noutro lugar. Mas ou porque a cegonha que me trouxe era pitosga, ou porque como na altura não havia código postal, extraviei-me.
Se nesses anos longínquos os alentejanos já tivessem descoberto o seu avançado método anticoncecional, atirar pedras às cegonhas, eu teria nascido noutro lugar e não lobrigo de todo, qual seria o meu destino.
O nosso destino, esse sim, a que não podemos fugir nem controlar, a maneira como e onde acontece, é a morte. O destino inevitável.

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