domingo, junho 27

Novas Oportunidades

Legalização de Drogas Leves

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A legalização das drogas leves é uma medida que só terá uma real oposição nos sectores mais conservadores da sociedade, igreja e outros defensores da moral e bons costumes. A posição da igreja é entendível, eles têm outra “droga” para vender, a religião, o “ópio do povo”.

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Não se percebe que se possam consumir algumas drogas, enquadradas por normas fiscais, tabaco e álcool, e se deixem ao cuidado dos mercados paralelos outras, marijuana, haxixe, etc, que está provado são muito menos destrutivas que o álcool, por exemplo. Há quem defenda que é um escape para lavar dinheiro por parte de sectores das sociedades interessados na zona escura em que se movem os traficantes, que por sua vez financiam carreiras de políticos que os vão proteger, mantendo esse grosso nicho de mercado. Não tenho a mínima dúvida.

Se no mundo ocidental isso não é tão claro, é perfeitamente consensual que os cartéis da droga controlam governos no Oriente, (Paquistão, Afeganistão, nas ex-Repúblicas Soviéticas), África e América Latina, onde o caso mais gritante é a Colombia, durante décadas nas mãos do Cartel de Medelim.

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Eu defendo a legalização de todas as drogas, como forma de combater o mercado clandestino, a oferta a altos preços e a consequente criminalidade e prostituição a que toda essa lógica conduz. Acho que um adulto em plena posse das suas faculdades mentais, tem todo o direito de decidir comprar e consumir drogas. E deve ser o Estado a “enquadrar” o comércio, como faz com o tabaco ou o álcool, (não são nada desprezíveis os impostos que o estado arrecada).

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Se eu fosse consumidor de cocaína ou heroína, preferia, em vez de andar por becos esconsos a adquirir a preços exorbitantes mistelas completamente adulteradas, poder dirigir-me a um estabelecimento onde se vendem as outras drogas, a farmácia, e mediante a receita do meu médico assistente, comprar a minha dose diária, pura e a preço controlado. Havia sempre a possibilidade, visto tratar-se de um acto médico, tentar com tempo ir reduzindo com vista á cura da dependência.

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Só assim se podia combater o tráfico, que vive da procura de um produto ilícito, que é muito caro. Por ser muito caro tem uma margem de lucro que permite oferecer a jovens, fazer mais escravos do vício, que se prestam a tudo depois de “apanhados”.

Mas obviamente que só teria efeitos, se não a nível global, pelo menos implementada em espaços regionais alargados.

9 comentários:

  1. Apesar de o lobbie da saúde ser mto forte, acreedito que com a legalização das drogas não haveria tanto apelo ao seu consumo como há actualmente. Todos sabemos que os jovens são aliciados de diversas formas a entrar nesse consumo, que a rede de traficantes tem um marketing mto agressivo. Se as drogas fossem vendidas em farmácias esse marketing seria reduzido a mera publicadade como se faz com tas drogas legais. ZDE

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  2. Evidentemente.
    E retirava o carácter marginal. Acabava com o tráfico, os preços exorbitantes e a criminalidade para conseguir dinheiro para adquiri-la.

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  3. Absolutamente de acordo com os comentários anteriores. Quem está interessado na situação actual?
    Há formas de controlo sem ser a repressão faz de
    conta e o jogo do gato e do rato entre os vendedores/ consumidores e as polícias. A continuar assim corre-se o risco de no futuro se apanharem mais polícias que traficantes. Nesta área o liberalismo não tem interesse em entrar porque na clandestinidade movimentam-se
    grandes somas apenas para interesse de alguns.

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  4. O que se gasta com tratamentos de saúde em relação aos usuários de drogas, compromete fatias importantíssimas do orçamento público de qualquer país civilizado. A substância que altera o sistema nervoso central do indivíduo é altamente prejudicial, causando ansiedade e depressão. Os danos neurológicos ocasionados são quase que, em sua totalidade, irreversíveis. As alterações funcionais cerebrais e o comprometimento de funções cognitivas prejudicam o organismo como um todo, incluindo-se as doenças cardiovasculares, respiratórias, hepáticas, nefrológicas, oncológicas, etc num grau estatístico elevadíssimo. Uma das funções precípuas do estado é a de promover a vida e a saúde de sua população – desta forma, o correto é fomentar e manter a política de erradicação do comércio de drogas ilícitas. Qualquer outro parecer a respeito, soa como apologia ao crime à luz do direito.

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  5. Como não se consegue, continua-se a manter um largo campo de actuação para o tráfico.
    O direito muda. Um crime só o é enquanto é considerado crime. Vide; Aborto, Prostituição, etc.

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  6. "Fomentar e manter a política de erradicação do comércio de drogas ilícitas".
    Resultado: aumento do comércio de drogas ilícitas.
    Discuta-se o âmago da questão. O aumento do consumo de drogas ilìcitas está ligado ao modelo de sociedade que temos, que não consegue resolver
    os graves problemas sociais que principalmente os jovens enfrentam. O refúgio no consumo de drogas não resolve os problemas mas vai obrigar a sociesade a encarar a situação de outra forma
    sob pena de se tornar incontrolável.

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  7. A.Mello, devo discordar de seu comentário por algumas razões: primeiramente, o direito não muda porque simboliza uma “linha reta”. Caso mudasse e passasse, por exemplo, a significar “linha torta” não mais seria direito, mas sim torto. O que pode ser alterado é o seu objeto, a dinâmica etc, porém o direito é imutável. O aborto e a exploração do lenocínio são meros fatos abordados pelo direito. Em segundo lugar, há uma grande diferença entre erradicação e política de erradicação. A erradicação, pura e simples, pode sim até ser considerada utópica e ocasionar as circunstâncias derivadas como mencionou, contudo, a política de erradicação é justa, legítima e principalmente palpável. Desta forma, têm de ser fortalecidas as políticas de erradicação e contra a corrupção, sendo que esta última somente se consegue com um bom sistema de educação.

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  8. Caro Amigo
    Eu sou, como sabe um leigo. Como leigo, acho que o estado não tem o direito de proibir um adulto, senhor dos seus actos, de consumir drogas, beber alcool o fumar. Deve sem dúvida tomar medidas que o desincentivem.
    E eu acho que a proibição pura e simples não resulta. E fecha portas a outras ações legais.

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  9. Eu prefiro dar nomes aos bois:
    O fim do tráfego ilegal de drogas seria uma grande perda para o crime organizado. Um enorme fluxo de dinheiro deixaria de correr para as contas bancárias de um pequeno número de indivíduos, tirando-lhes poder e influência.

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