Novas Oportunidades

(continuação)

A Minha Infância(2)

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Seda, talvez devido á nossa localização não é lugar de muitas tradições. Muito antiga, lugar de passagem como atesta a ponte romana, é povoada desde o 1º milenio. O castelo, de que só restam os vestígios foi tomado aos mouros em 1160. Terra muito fértil e de grade extenção de olival, a gastronomia baseia-se no pão e no azeite, e nos restantes produtos da terra. Aqui e ali intervalada com o peixe da Ribeira de Seda, outrora muito rica.

O Largo da Casa do Povo, quando ainda nem havia a dita, era uma barreira de terra e muita lama sempre que chovia. Tenho memória muito difusa de brincar com o meu amigo Lai, no meu tricicolo que tinha um quadro de madeira e uma pequena almofada ás flores. Foi “herdado” pelo meu primo António Luis e não se que volta levou. Já várias vezes sonhei com ele. Penso que na altura, há quarenta e muitos anos, eu até era um previlegiado. Poucos miúdos da minha criação tinho veículo próprio. E tão bonito como o meu, não havia nenhum.

Acho que a minha primeira infância até nem correu muito mal. Tive as doenças que é suposto as crianças terem, sarampo, bexigas, anginas, e tive piolhos, muitos piolhos, áparte o ter começado a andar um pouco mais tarde, participei nas mesmas brincadeirs, talvez com menos exuberência.

As brincadeiras da altura, era o pião a roda, fabricavamos nós a maior parte dos brinquedos. Lembro-me de ter dezenas de mulas de arame, carrinhos feitos de latas de conserva, tractores de plástico que nós punhamos a virar as rodas, faziamos arcos e flechas de varetas de guarda-chuva. Lembro-me que tive um carrinho de rolamentos feito com uma caixa de sardinhas roubada ao meu padrinho Henrique. Por vezes pela Feira da Ponte, atá ganhavamos uma daquelas rodas com o boneco, ou um carro de bombeiros de lata.

Fiz a escola do tio João Castanho, uma espécie de OTL da altura e quando já tinha feito sete anos entrei para a Escola Primária.

(continua)