domingo, dezembro 23

29 – O que há por vir «Luar dos Dias»



Uma viagem por dentro de mim, Setembro/2011.

O que há por vir

Essa é uma pergunta que me dilacera a alma, me assusta.
Porque eu só tenho medo do que desconheço, pavor mesmo.
Então habituei-me a não fazer perguntas de gente ajuizada.
O meu navio vai à bolina, empurrado por ventos de ocasião.

Não uso sextante ou astrolábio, confio-me aos ditames da minha sina.
Quando tenho alguma curiosidade, faço o usual nos velhos mareantes.
Subo até à cesta da gávea e estico o meu olhar no horizonte.
Se não avisto uma borrasca próxima, desço numa felicidade de assobio.

A minha vida é encolher-me na vaga, até que a próxima onda me galgue.
Não sou favorito dos deuses e devo ter sido desfavorecido por Éolo
Neptuno sempre me ofereceu na vida mares ferozes e encapelados.
Que eu fui vencendo à custa de guinadas de velame e golpes de leme.

Quem entrar no meu veleiro tem que estar preparado para tempestades
Tem que abotoar o colete salva-vidas e ser duro de estômago.
Porque a minha carreira é sempre entre o tudo e o nada.
Eu navego entre o Céu e o Inferno.

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