quinta-feira, janeiro 19

Mulher de Quarenta

Estou sentado á tua frente e olho o que foi.
Não é a foto de antanho, ou talvez seja eu,
Que te vejo com olhos de quem conhece.
A minha primeira impressão; curiosidade…

A blusa vermelha e aquele olhar lá do alto,
Nem podes imaginar como me intimidaram.
Mas havia o nome que me desafiava.
O nome e esses olhos doces, confiáveis.

Não resisti ao seu apelo meigo e mágico,
Algo me dizia que traziam algo de meu.
Eu vi-me neles, sem imaginar o futuro, hoje.
Mas sempre a pose intimidatória, de inacessível.

Vieram depois conversas infindas, mútua afinidade.
Não era só doçura que havia por detrás dos olhos,
Desses belos, confiáveis e doces olhos, esses olhos.
Havia também uma ideia de pertença, de dèjá vu,

Uma sensação que me é cara e pouco vejo.
Então fui percebendo com o tempo, que te amava,
Como se fosses aquela irmã que sonhei ter.

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