domingo, janeiro 29

Mágoa

Era uma vez um homem a quem a vida um dia fechou no seu labirinto interior. Quanto mais aprendia do mundo e de si, mais longe ficava da vida e dos outros.
Um dia percebeu que á falta de falar com os que o rodeavam, não conhecia mais o som da sua voz.
O tempo passou.
Á custa de muita ajuda e muito querer, conseguiu rasgar o véu que o isolava.
Anda por aí, a soltar sonoras gargalhada numa vida um pouco insana para ser suportável.
Não tem medo de ofensas e acusações, responde com sobranceria ou desdém.
As contrariedades fortalecem-no, reforçam-lhe o ânimo, mantêm-no agarrado á vida.
Só tem mesmo medo do “descaso”. Uma frase tão simples como; “não quero falar contigo”, trazem-lhe de volta os fantasmas que tenta a todo o custo esquecer.

Porque prefere morrer a voltar atrás

2 comentários:

  1. Joaquim, a letra deste bolero...
    descreve o que sinto...

    "Dizem que a distância faz esquecido,
    Porém não acredito em tal razão,
    Pois eu seguirei só sendo um cativo
    Desses caprichos de teu coração.

    Soubeste esclarecer meus pensamentos.
    Me deste essa verdade que eu sonhei.
    Afastaste de mim os sofrimentos
    Lá na primeira noite em que te amei.

    Hoje minha praia é só amargura,
    Pois a tua barca tem que se afastar
    Pra cruzar outros mares de loucura
    (Só não deixe a tua vida naufragar).

    Quando vir a luz do sol se apagando
    E tu sintas o cansaço em velejar,
    Pense que estarei por esperando
    Até que tu decidas regressar.

    Soubeste esclarecer meus pensamentos.
    Me deste essa verdade que eu sonhei.
    Afastaste de mim os sofrimentos
    Lá na primeira noite em que te amei.

    Hoje minha praia é só amargura,
    Pois a tua barca tem que se afastar
    Pra cruzar outros mares de loucura
    (Só não deixe a tua vida naufragar).

    Quando vir a luz do sol se apagando
    E tu sintas o cansaço em velejar,
    Pense que estarei por esperando
    Até que tu decidas regressar."

    TE AMO !!!

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  2. o “não quero falar contigo” só diminui e empobrece o sujeito de tal acção.
    Porque em ti, Joaquim, habita a riqueza duma maravilhosa criatura.
    Entendo a mágoa da decepção, mas apenas porque o sujeito não valia a pena..

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