quinta-feira, abril 18

INTERRUPÇÃO



Ela era uma mulher gira, apesar de tudo. Birrenta…, todas as noites inventava um pretexto para ficar zangada. Mas o entusiasmo com que sempre fazia as pazes, levavam a desconfiar.
Estavam deitados nus, sob o lençol.
Ele apoiado no lado esquerdo com a mão sob o rosto e ela de costas viradas, á distância de dois palmos.
Ele acariciou-lhe o cabelo, ela deu-lhe uma palmada e resmungou:
- Faz favor de estar quieto. Irrahhhh!
Ele sorriu. Tinha vivido aquele início de filme tantas noites. Depois…, depois o filme mudava sempre e terminavam a dormir abraçados numa confusão de odores e suores.
Ponteou-lhe a curva do pescoço com o indicador e ela refugiou-se na beira da cama, á espera.
Encostou-se, para lhe dar a saber como estava feliz, trincou-lhe o pescoço e lambeu-lhe longamente a nuca. A mão direita percorreu os seios e ventre dela, em movimentos suaves e redondos.
Ela aconchegou-se, o corpo ganhou lassidão e gemeu. Ele acariciou-lhe as nádegas, introduziu a mão entre as coxas e levantou-lhe a perna. Desceu na cama, posicionou-se e …
- É hora de beber água, Senhor Vicente.
- Raios-a-partam! Eu estava a sonhar.

- j a godinho -


1 comentário:

  1. Sonhos são sonhos mas, eu li até ao fim, na esperança de ver o resultado.
    Gostei e voltarei a ler, mesmo que tenha que dizer que sou anónimo.
    José Calado

    ResponderEliminar