quinta-feira, abril 19

Crónica de Despertar


Acordo devagar como quem já tem o sono em dia. Abro os olhos e situo-me, identifico o meu espaço. Perscruto as frinchas dos cortinados, já não é noite; constato. O dia está nascendo.  
A julgar pela luz, parece estar muito frio, nesta primavera gelada e seca; aconchego-me.
Regra geral sinto-me fresco. Como não sonho muito, a mente depois do sono está lúcida.
Quando me sinto mais desperto e não naquela modorra entre o sono e a vigília, agarro a madrugada e escrevo.
Escrevo de memória, não tenho outra maneira. As ideias chegam, eu moldo-as, arrumo as palavras como sei e memorizo.
Repito muitas vezes as frases, é um processo demorado, não me posso esquecer de uma única palavra.
Com a seguinte ideia faço o mesmo, o mesmo trabalho. Quando termina, volto a dizer tudo para mim, desde o princípio.
É assim que construo as minhas crónicas de despertar, que têm que ser necessariamente curtas.
De manhã, abro o computador e a torneira da minha memória jorra o texto acumulado. Faço algumas correções, burilo e se gosto guardo.
Nascem assim as minhas “Crónicas de Despertar”.

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