sexta-feira, fevereiro 24

Para a minha Favinha


No nosso dia de anos, era hábito trocarmos postais. Na véspera do meu, no consultório, pensando no que escreveria, tudo lhe saía em verso.

Favinha tu sabes lá
O que me vai p’la cabeça
Coisas simples e confusas
Ainda que não pareça.

Fico às vezes a pensar:
-Mas isto já não tem cura!
Cozinhar não é comigo
Aquilo que faço esturra.

Assim ficas tu a ser
Nossa cozinheira-mor
P’ra ser eu, nem vale a pena
A Combuca ainda é pior

A mana não quer trabalhos
P’ra ela logo está pronto.
Comida feita por ela,
Comemos vezes sem conto.

Cansou-se de cozinhar
Passou a pasta p’ra ti
Que eu só faço caldeirada
Faço p´lo livro que li.

(a.m.v.a.)
Lx, 21.03.1984

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