quinta-feira, março 14

És o pai da criança



No meu jeito de ser e, consciência imperfeita, uso os sentidos com apuro.
Assim, te conheci.
Meti o nariz onde não era chamada, talvez sim!
Vou vendo, lendo e sentindo, e, não dizendo nada, mas há sempre um dia que não aguento, não suporto e, por dá cá aquela palha, comento! Indignada, irritada, por amor ou saudade, por ausência ou presença, tanto faz, foi o meu sentir, mais nada! E catrapás, já está!
Passei as estribeiras, nunca o saberei! Mas agora, não há volta a dar!
Vendo eu tal poste, não dava, devia de estar saturada...
É aqui neste planeta que nos temos de amar, como se diz que Jesus amou!
É aqui que nos temos de saudar como Deus nos criou!
É aqui! Percebam de uma vez, por favor!
Eu também tenho saudades dos que já partiram desta forma corpórea.
Também tenho quem tenha cancro e doenças sem fundamento, erros genéticos.
Mas partilhar esse eterno estado de pena e saudade não leva a nada! Bem, no fundo leva! Leva a que eu fique triste. Se calhar foi isso, estava já triste nesse dia! E quem cantava o amor de forma tão suave e deliciosa, postar saudade não me caiu bem! O amor nunca morre, transforma-se talvez, mas fica, mesmo na forma mais odiosa.
Ora, foi assim...
Palavra indelicada, puxa palavra indelicada, ou delicada ...
Conversa barata, puxa conversa barata, ou até tem muito que se lhe diga...
Foi numa pressa qualquer que me foi dito, escreve para mim.
Outra burrice sem fim! Mundo este cheio das contradições da Bíblia! Não há hipótese... a crença é toda igual, em qualquer parte deste horrível planeta, que, tal como muitas pessoas, só é bonito visto ao longe, e por fora, quem está dentro, nem sempre tira tanto prazer assim! Sim, já li a bíblia, e recomendo! Depois pode ir ler a Tora, o Alcorão, e outros assim, só muda o nome e a disposição das letras. A essência está lá!
Ao fim de algumas lutas, minhas, lá acedi, no tradicional do meu estado de mau-humor!
Escrever por encomenda não é para mim! 
Sim! Lembro-me de uma amiga que chega ao pé de mim e diz-me: Tens de escrever qualquer coisa que acompanhe as flores para o enterro do pai da Madre Superior!
Nesse dia, só me apetecia rir! Esse dia, vem-me sempre à memória! Lá escrevi!
Ora, então, no meu estado prático questiono o que pretende. Conto. Conto? Eu não sei nada disso!

Nunca me justifiquei, mas o meu escrever é trafulha, é como falo em qualquer que seja a altura, raramente emboneco o que quer que seja, simples, fácil, rápido e despistado, vem mesmo a jeito, e, dá-me um prazer que nem queiram saber! Escrever certinho só para reclamar! Ver a qualidade e a quantidade de letras, não tenho nem paciência!
Escrevi uma coisa qualquer! Uma história rebuscada da memória! A pensar, ufa!, desta vou-me safar, não vai gostar! Nunca o tinha feito antes!
Por isso, hoje, te digo és o pai desta criança!

(Matilde Rosa)

Nota do editor: Eu não pago pensão de alimentos sem antes fazer o teste.

Sem comentários:

Enviar um comentário