domingo, agosto 21

Á volta de..."tu e um pastel"

Pois é…, como vou descalçar esta bota? Eu aceito reptos do “arco-da-velha”, depois lixo-me, fico feito barata tonta sem saber como reagir. Tal nã éi a moenga?
Ontem em amena cavaqueira (cruzes) com uma amiga do peito, (dos dois), a conversa resvalou para o chá, já nem sei porque carga de água.
Lembrei os chás que minha avó fazia. Nos meses quentes de verão, frente á porta, do outro lado da rua, um tabuleiro de madeira de levar pão ao forno, em cima dum mocho, cheio de folhas de limoeiro a secar á sombra. Depois de bem secas, eram guardadas em bolsas de pano e davam para fazer chá o ano inteiro. Eu nunca fui miúdo de muito chá, embora não lhe sinta hoje a falta, mas juro que nunca mais encontrei o gosto e o aroma do chá da minha avó.
Mas não era sobre chás a crónica de hoje, esta minha tendência por atalhos dá nisto. A minha amiga, aquela muito especial, prometeu trazer-me um chá e um pastel de nata. Como não sou muito de chás, já o disse, e a massa folhada não é o meu forte, respondi, num arroubo de cavalheirismo, “prefiro que venhas tu”.
Pronto! Foi aí que me tramei. Ela propôs-me escrever uma “crónica” com o tema, “tu e um pastel”. Definitivamente uma ideia que nem o Capeta teria, mas ocorreu aquela diabinha. Já diz o ditado, o que esquece ao Diabo, lembra às mulheres, (será assim?).
Posso afirmar que sobre o “tu”, ela, o que tenho para dizer dava “pano para mangas”, se não fosse época de mangas curtas. Mas não o vou fazer por duas razões atendíveis.
            1ª – O muito e bom ia deixá-la extremamente vaidosa, coisa que eu não quero, e podia mandar a nossa “irmandade” para o béléleu. Ui!
            2ª – Sei que algo que é importante no foro restrito, sendo público perde impacto.
Sobre o “pastel”, só o que me ocorre dizer; é que como português genuíno, prefiro o de bacalhau.

E Desisto. O “tu e um pastel” não tem ponta por onde se pegue, mesmo que eu estivesse com a minha inventiva num nível aceitável.
Só me resta dar o braço a torcer e pedir desculpas.

1 comentário:

  1. De uma conversa banal, quase de uma brincadeira, surge o mote para esta crónica que vi "nascer". Da vontade de te levar um pastel de nata para acompanhar o chá, surge o mote para esta deliciosa crónica. O titulo inicialmente seria, "Eu e o Pastel", mas como eras tu que a irias escrever ficaria "Tu e o Pastel". Sabia que irias escrever uma crónica pitoresca, brincar com as palavras e aproveitar para contares uma história, como tão bem sabes fazer!!! Mais importante que tudo é que sem querer estava a lançar a semente para quebrares a falta de inspiração, em que te tens encontrado!!! Espero que escrevas muitas mais!!! Beijo grande, Cris

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