quarta-feira, agosto 24

Descrição

Eu já não sou a carta aberta
Já não sou briga, não sou luta
Sou uma folha discreta
Eu já não sou, nem sei se fui
A curva ascendente da revolta
Sou ar do ar, estrela do universo
Neste mundo selvagem
Cada vez mais disperso
Eu já fui o que sou agora
Já fui diferente e indiferente
Mas já tudo foi embora
Eu já não sou mais e demais
Sou um barco de passagem
Atracado ao teu cais
Agora eu já sou um presente
Com lugar a futuro
Já sou um ser que sente
Rodeado de ar puro
Eu já não sou desta era
Nem sou deste século
Estou enquadrado noutra esfera
Que gira e roda em sua própria volta.

“Félix Pereira Júnior”

1 comentário:

  1. Gostei, leve, mas tão forte que me senti em algumas partes. Já disse sempre sim, agora luto pelo que penso ser o certo…

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