Este é o tipo de escrita de que gosto, de me espraiar
sem uma meta, ao sabor das palavras que chegam.
Gestão
do Tempo
Como
é do conhecimento de todos, eu sou muito caseiro, feitios…Então uso os “chats” para comunicar, é uma ótima
maneira de ter sempre a conversa em dia.
Há
tempos uma amiga perguntou-me, “O que fazes?”, eu respondi, “Faço tempo”. Ela
achou muito original, ao ponto de agora me cumprimentar quase sempre com a
mesma pergunta, e eu respondo com uma gargalhada.
Eu
costumo dizer que o tempo só existe para quem o mede, para mim, medi-lo é fazer
o meu tempo, adaptar-me a ele ou usá-lo como preciso. Porque o meu tempo é o de
todos, a diferença, é como cada um o preenche, ou se espraia nele.
Divido
o meu tempo em partes quase iguais, onze horas de descanso e treze de vigília.
Não,
não durmo mais que seis a oito horas, no resto do tempo penso, ou então
escrevo. Sim, gosto de escrever durante a madrugada, escrevo de memória, quando
ela está fresca, após o sono reparador. Tenho as ideias, fixo-as, desenvolvo-as
e guardo cá dentro, quando pela manhã me sento ao computador passo tudo para o
word.
As
horas de vigília são divididas entre higiene, alimentação, escrita, conversa,
etc.
Neste
momento estou a escrever muito pouco, é uma espécie de época de resguardo.
Estou falho de imaginação, procuro novos caminhos.
Costumava
ocupar grande parte das minhas horas com o blog, que escrevo há oito anos, mas
com a crise de escrita, está um pouco às moscas.
Muito
do meu tempo livre passo no Facebook, onde tenho uma página que considero muito
boa, tenho um Grupo e colaboro nalguns Grupos de Poesia. Mas o que gosto
realmente é de conversa.
O
meu compadre Carrapato de vez em quando visita-me, chega com o ar respeitoso de
sempre. É um homem que inspira confiança, vê-se á distância que traz consigo
uma imensa bagagem de saber empírico. Fala devagar, como um amigo e diz sempre
alguma coisa inesperada, daquelas verdades muito óbvias, depois de ditas.
No
último encontro trazia nos olhos uma luz nova, como quem olha as coisas pela
primeira vez e um sorriso travesso nos lábios. Não lhe perguntei o motivo,
porque a nossa relação não é feita de perguntas. De motu próprio nos damos as
respostas quando estão maduras, elas, as respostas e nós dois.
Depois
de uma hora despediu-se da mesma maneira de sempre, mansamente, com um “santas
tardes, compadre” e eu fiquei a dizer com os meus botões; “aqui há gato…”.
Assim
vou fazendo o meu tempo, produto das minhas circunstâncias. A não ser elas, não
teria necessidade de fazer tempo, faria outras coisas.
Sem comentários:
Enviar um comentário