In ARRUMADOR DE PALAVRAS «O
Livro»
Pode parecer estranho este texto, mas não é inventado.
Estou plenamente convencido de se ter passado assim.
Sonhos
Sonhos, filhoses e azevias? Não! Não vou escrever
sobre iguarias de Natal. Porque o Natal ainda vem longe e eu não sou
propriamente um apreciador de doces fritos e indigestos.
Hoje quero contar-vos de outros sonhos, dos que fazem
avançar o mundo, ou as nossas vidas pelo menos, o que vem a dar no mesmo.
Eu, desde muito cedo, tornei-me mestre em “sonhar
acordado”, foi essa atividade que a certa altura tomou conta da minha vida. É
bom sonhar acordado, nós temos o controlo absoluto sobre toda a matéria do
sonho, podemos orientá-lo sempre e escolher o fim a nosso bel-prazer. Muito do
pouco que fiz nestes últimos tempos, foi “sonhado” enquanto estava acordado,
porque dos outros sonhos, vou vos contar.
Quando faço um esforço de memória e recuo um pouco no
tempo, eu chego sempre á mesma conclusão; a ausência de sonhos noturnos. Estou
plenamente convencido que durante quinze anos da minha vida, eu não sonhei.
A noite para mim, era um profundo deserto de emoções.
Pensando bem, todos os dias eu morria quando adormecia e ressuscitava ao
acordar. Se isto aconteceu mesmo durante o tempo de que me apercebo, eu,
durante cinco anos da minha vida estive morto.
Estranho este morrer em vida, mas não consigo dar
outro nome a um período da minha vida em que não me lembro de qualquer
atividade cerebral.
Se bem me lembro, posso balizar no tempo entre 84 e
99. A partir daí já começo timidamente a sonhar.
Hoje sonho, acordado e a dormir, e “o mundo pula e
avança”. O meu mundo e de algumas pessoas que me rodeiam, e sonham comigo.
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