--- “ O ADVENTO “ ---
Era
um catraio de oito anos, pró gordinho e muito ranhoso. Estava a postos, naquela
tarde quente de um Junho de 59.
Quando
ouviu o choro e teve luz verde da avó e parteira, correu uns duzentos metros
para dar a boa-nova.
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Pai! Já lá temos um ganhão!
Ganhão
era a 2ª fase do rapaz pobre naqueles tempos ancestrais. A nossa vida estava
programada para ser moleque, (moço de recados das casas ricas), ganhão,
(aprendiz de homem) e jornaleiro, com a certeza de ter que trabalhar todos os
dias, para comer quando se podia.
Felizmente,
alguns anos depois, abriu-se nova estrada de futuro e eu nunca fui moleque nem
ganhão e consegui viver num tempo em que era possível comer todos os dias,
graças ao esforço dos pais.
Fui
para o que o poeta popular, ti Alexandre Malheiro, denominava de Alto Infante,
(Passam os Altos Infantes, na carrinha dos estudantes), fui estudar.
Não
consegui concretizar a previsão do meu irmão, naquele dia distante.
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j a g -
Gosto, gosto muito de escritos como este, que são memórias de tempos difíceis, mas ao mesmo tempo de coisas boas, porque as vivemos e eramos jovens, porque a juventude é sempre linda, apesar das dificuldades, porque a gente tem, principalmente nessa altura, garra para a vida.
ResponderEliminarBjs.
Maria Mamede