Bem noite ainda, de um escuro imaculado
Vou para os campos de maresias e geadas
Ao som de chocalhos e balires por todo o prado
Abro o redil, escancaro todas as portadas
É um regalo ver as pressas dos carreiros
De ovelhas espalhando-se p’la ladeira
Procurando landes, sementes dos sobreiros
P’ra matar a fome duma noite inteira
Acolá a mãe que as recentes crias
Amamenta com um olhar de tal amor
Mal elas se distanciam em correrias
Lança um balido de cuidado e dor
Mais ao longe um casal enamorado
Investem no futuro do rebanho
É a natureza no seu jeito acostumado
De cuidar do meu pão e do meu ganho
Tanta alegria me dá este labor
De mourejar meus dias p’lo montado
Que sempre graças dou ao Criador
Por me fazer alentejano e guardar gado
(Joaquim Carrapato, pastor)
Poesia linda, a sugerir sentires da alma...
ResponderEliminarNo que tange a Carrapato, será pseudónimo do Joaquim...não estou a ver...
Se fôr quem penso não o veria a agradecer ao Criador, ou, então melhor lhe ficaria dizer Graça a Deus sou Ateu.
Descubra-se o embuçado.
Meu Caro
ResponderEliminarO poeta é um fingidor.
Mesmo ateu, faz-se crente para chegar onde quer.
Mas o meu amigo Carrapato, foi criado temente a Deus e humilde admirador de gentes de algo.
A este pastor, apenas lhe falta a nódoa no peito, de se encostar ao cajado!
ResponderEliminarQuem disse?
ResponderEliminarDebaixo daquela samarra, muito se esconde.