Não sou muito constante nos temas que escrevo. Começo
com muita vontade com um assunto ou forma mas rapidamente outra ideia surge e
eu largo a antiga e parto pra outra. Será assim com estas Crónicas de
Despertar? Veremos…
Crónica
de Despertar I
Acordo
devagar como quem já tem o sono em dia. Abro os olhos e situo-me, identifico o
meu espaço. Perscruto as frinchas dos cortinados, já não é noite; constato. O
dia está nascendo.
A
julgar pela luz, parece estar muito frio, nesta primavera gelada e seca; aconchego-me.
Regra
geral sinto-me fresco. Como não sonho muito, a mente depois do sono está
lúcida.
Quando
me sinto mais desperto e não naquela modorra entre o sono e a vigília, agarro a
madrugada e escrevo.
Escrevo
de memória, não tenho outra maneira. As ideias chegam, eu moldo-as, arrumo as
palavras como sei e memorizo.
Repito
muitas vezes as frases, é um processo demorado, não me posso esquecer de uma
única palavra.
Com
a seguinte ideia faço o mesmo, o mesmo trabalho. Quando termina, volto a dizer
tudo para mim, desde o princípio.
É
assim que construo as minhas crónicas de despertar, que têm que ser
necessariamente curtas.
De
manhã, abro o computador e a torneira da minha memória jorra o texto acumulado.
Faço algumas correções, burilo e se gosto guardo.
Nascem
assim as minhas “Crónicas de Despertar”.
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