Uma viagem por dentro de
mim, Setembro/2011.
O que há por vir
Essa é uma pergunta que me dilacera a alma, me
assusta.
Porque eu só tenho medo do que desconheço, pavor
mesmo.
Então habituei-me a não fazer perguntas de gente
ajuizada.
O meu navio vai à bolina, empurrado por ventos de
ocasião.
Não uso sextante ou astrolábio, confio-me aos ditames
da minha sina.
Quando tenho alguma curiosidade, faço o usual nos
velhos mareantes.
Subo até à cesta da gávea e estico o meu olhar no
horizonte.
Se não avisto uma borrasca próxima, desço numa
felicidade de assobio.
A minha vida é encolher-me na vaga, até que a próxima
onda me galgue.
Não sou favorito dos deuses e devo ter sido
desfavorecido por Éolo
Neptuno sempre me ofereceu na vida mares ferozes e
encapelados.
Que eu fui vencendo à custa de guinadas de velame e
golpes de leme.
Quem entrar no meu veleiro tem que estar preparado
para tempestades
Tem que abotoar o colete salva-vidas e ser duro de
estômago.
Porque a minha carreira é sempre entre o tudo e o
nada.
Eu navego entre o Céu e o Inferno.
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