FIM DO MUNDO
Ontem
tive uma crise de crendice aguda. Contra todo o meu historial de ceticismo,
fiquei tão temeroso do fim do mundo, que, visto eu não ser crente, me
encomendei a todos os santinhos de devoção alheia.
Em
verdade vos digo; dormi que nem um anjo. Nunca poderei provar se pelo conforto
de sentir uma legião de querubins alados a velar o meu sono, se pela minha tão
propalada leveza de consciência. A verdade é que, deva-se ao que se dever,
dormi o sono dos justos, sem medo do hoje.
Acordei
tarde hoje, ou penso que acordei. Belisquei-me para tentar provar a mim mesmo
que não acabou nada de mundo nenhum, pelo menos para todos. Para mim, que pouca
experiência tenho de “fins de mundos”, tudo me parece dentro dos conformes. Os
antepassados da nossa querida taróloga Maia, erraram as contas, felizmente não
são tão confiáveis como a sua descendente.
Como
acredito no “ver para crer” como São Tomé, tentei documentar a minha tese até á
exaustão.
Liguei
a Sic Notícias e eles lá estão. O Coelho com a mesma cara de pastor alemão, o
mesmo focinho de pouca vergonhita do “Doutor” Relvas e a tão agradável voz
esganiçada da Eloisa Apolónia. É verdade que os dois primeiros não têm crédito
para comprovar coisa nenhuma, mas tenho a certeza que se o mundo tivesse
acabado mesmo, a deputada ecologista seria a primeira a vir gritar aos quatro
ventos o facto e os culpados.
Vão
por mim, os Maias estavam errados.
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