De
tempos a tempos, alguém, por má fé ou ignorância, põe a circular ideias ou
palavras atribuídas a gente desprezível. Ontem o eleito foi Marcello Caetano,
(as mesmas palavras já foram de Salazar), a perorar contra o futuro, qual Velho
do Restelo. Normalmente essas profecias batem certo, porque são escritas hoje,
para enganar os incautos.
Marcello,
era um ser desprezível, como facilmente se pode deduzir das “Cartas…”, do
historiador José Freire Antunes, mas era também um fascista. Nada que eu lhe
possa levar a mal, cada um é livre de ser o que quiser, mas o facto de ter sido
um opressor, ter condicionado a vida dos outros, roubado, desprezado,
humilhado, já não acho graça nenhuma.
Abubakar
Shekau, líder do Boko Haram, diz que vai vender as jovens raptadas, porque o
destino das mulheres é casar e não estudar. “Deus instruiu-me para as vender”.
este tipo só merece um tratamento, ser apanhado e enforcado na hora, terá como
atenuante ser um macaco (nada a ver com a cor da pele), ainda não saído da
animalidade.
Marcello
era muito pior. Professor Catedrático, com acesso a cultura e informação, ia ao
extremo de humilhar alunas do curso de direito, por serem mulheres. Chegou a
recomendar a uma, que era casada, que fosse para casa cuidar do marido.
Custa-me
ouvir, gente que passa por inteligente, louvar a chamada “Primavera Marcelista”,
porque sei que o fazem por motivos ínvios. O que eles não perdoam, é o fim do
sistema de castas que vigorava, o desabamento dos direitos cívicos só para
alguns, do ensino superior para poucos, a reforma para os escolhidos, saúde
universal, não haver gente propriedade de outra gente.
Esses
coitados saudosistas da “Primavera Marcelista”, não percebem, que é condição
para haver primavera, que as flores desabrochem livremente.
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