Eu,
nesta minha vida, não tenho nada de meu, a não ser o pouco que sou.
Cheguei
aqui nu e assim partirei, se alguém não se encarregasse de me vestir do
supérfluo de umas vestes, que para nada me servirão. Nem para me livrar do frio
e do calor e muito menos de olhares alheios.
Se
preferia ser diferente? Claro que sim. Mais inteligente, mais culto, mais
amado, mais amigo, mais solidário, mais conhecido, enfim, uma pessoa melhor. É
claro que também gostava de ser mais saudável. Não será isso excesso de
ambição? Afinal eu sou o que mereço ser, nada mais.
No
capítulo do ter, poderia apregoar “carros, parelhas e montes”, que infelizmente
não tenho. Isso interessaria à maioria das pessoas? Claro que não. E as poucas
a quem interessasse, não me interessam a mim.
Se
eu tivesse castelos na Normandia, ou fazendas de café no Brasil, não tocaria a
ninguém, já se eu mostrar um poema, posso tocar os outros.
Isso
não significa que eu ache um poema mais importante que os bens, rapidamente
trocaria todos os poemas por bens materiais. Mas só me interessariam a mim, não
tocavam os outros.
Sei
de quem nos chats, se ufane do que tem, eu tento mostrar o que sou, talvez por
não ter mais nada do que eu.
Cada
um tem o que merece.
Sem comentários:
Enviar um comentário