Num
contexto difícil do ponto de vista social e económico celebra-se, hoje, o 40º
aniversário do 25 de Abril de 1974.
A
falta de resposta, em tempo oportuno, das instituições da Comunidade Europeia –
Comissão e Banco Central Europeu –, a uma crise do sistema financeiro,
desencadeada em 2008, colocou os países da Comunidade Europeia, com economias
mais vulneráveis, designadamente a Grécia, Irlanda e Portugal, em sérias
dificuldades financeiras, impossibilitando a consolidação das suas contas públicas, a curto prazo.
Por
exigência dos credores, na sequência do pedido de resgate, de 2011, foi imposto
ao nosso País um programa de austeridade e de reformas ditas “estruturais” que
se traduziram em desemprego, redução de salários e pensões e numa profunda
recessão económica.
Neste
processo foram atingidas as classes desfavorecidas, nomeadamente com o aumento
do desemprego e esmagada a classe média através da redução dos rendimentos e de
um aumento brutal de impostos sobre os rendimentos do trabalho e das pensões,
facilitando a aplicação de um programa ideológico, levado a cabo por um governo
que chegou ao poder baseado numa campanha eleitoral manifestamente ardilosa e
enganadora.
Nesta
data a manutenção das funções sociais do Estado, designadamente a EDUCAÇÃO,
SAÚDE e SEGURANÇA SOCIAL, nos moldes em que foram fixadas pela Revolução de
Abril e pela Constituição de 1976, obriga a que o desenvolvimento económico se
faça de forma a não prejudicar as classes trabalhadoras e a continuar a
favorecer o capital, tentando repor a situação existente antes do 25 de Abril.
Também
se celebra hoje o 105º aniversário do Congresso do Partido Republicano, que se
realizou,em Setúbal, em 1909, e onde foi deliberada a formação de uma comissão
encarregada de proceder aos preparativos para o derrube da monarquia. Essa
comissão foi coordenada na parte militar pelo Almirante Cândido dos Reis, nome
que figura na rua principal da vila de SEDA, e na parte civil pelo médico
psiquiatra Dr. Miguel Bombarda.
Qualquer
deles não chegou a assistir ao triunfo da Revolução de 5 de Outubro, que pôs
fim a uma monarquia com cerca de 800 anos, pelo que hoje são considerados mais
mártires do que heróis daquela revolução. Efetivamente, em 3 de Outubro de
1910, o Dr. Miguel Bombarda foi assassinado por um dos seus doentes e o
Almirante Cândido dos Reis suicidou-se, no dia seguinte, por temer o falhanço
da revolução, dado o abandono de altas patentes militares que se haviam
comprometido com os republicanos.
A
história repete-se em 25 de Abril de 1974, dia em que o Movimento das Forças
Armadas, constituido, essencialmente, por capitães e oficiais subalternos, com
a adesão do povo, pôs fim a uma ditadura
de meio século que mantinha o nosso País numa situação insustentável de
atraso civilizacional no final do século XX.
-
25 DE ABRIL SEMPRE!
-
REGRESSO AO PASSADO, NUNCA MAIS!
Sem comentários:
Enviar um comentário