CARTA
DE AMOR
Fernando
Pessoa, o maior de todos os poetas modernos, escreveu; “Todas as cartas de
amor, são ridículas…” e “Ridículo, é quem nunca escreveu cartas de amor,
ridículas”. O poeta referia-se ao amor entre pessoas que se encontram, não ao
amor familiar, amor esse que creio nunca ter sentido. Toda a poesia de amor de
Pessoa, estou em crer, é fingida, magistralmente fingida, como só ele seria
capaz. “O poeta é um fingidor”, ele conseguiu fingir que amava, sentir o que
não sentia e talvez por isso, chamou de ridículas as cartas que o poeta
fingidor e ridículo, nunca escreveu.
Eu,
confesso que amo, que te amo, por isso, quero escrever-te uma carta de amor,
sincera.
Não
são ridículas as cartas de amor que te escreva, porque o meu amor é verdadeiro
e mensurável, palpável, como o teu corpo que amo e a tua alma que venero.
Amo-te,
verdadeiramente, porque te amo sem procurar factos com que me justifique,
amo-te porque sim.
Amo
o teu desprendimento, amo a coragem de pulares meio mundo para me conheceres, a
mim, que pouco valho e só tenho de meu duas mãos cheias de nada e todo o amor
do mundo.
Amo
essa tua força de encarar uma sociedade que nunca te vai entender, nos entender
e suportar o dedo apontado.
Amo
a tua loucura, porque, se amar alguém como eu é difícil, assumi-lo e querer
vivê-lo será uma desmesurada loucura.
Amo
todo esse teu desassombro e, porque não dizê-lo, amo esta minha insensatez de
querer correr atrás da minha última utopia.
Amo
esta nossa contagiante aventura de amar e ser amado, sem pensar no como vivê-la
na prática.
Amo-te,
sem cuidar de ter em conta todas as consequências deste amor insano, loucamente,
incondicionalmente,
Amo-te
mulher, como pessoa e como o homem que, apesar de tudo, também sou.
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