Cartas
de Amor
(ensaio
para outros voos)
Não
sei como será com escritores a sério, comigo humilde escrevinhador é complicado
escrever uma crónica. A primeira palavra é uma tortura, depois torna-se tudo
mais simples. Hoje é dia de abrir a veia e escrever a sangue vivo, tentar
produzir a obra-prima que todos procuram e muito poucos conseguem.
Pedes-me
que escreva uma Carta de Amor e eu fico á nora. Sabes que “todas as cartas de
amor são ridículas, se não fossem ridículas não seria cartas de amor”, eu chego
á conclusão que sou um homem ridículo porque nunca escrevo cartas de amor
ridículas. Recebo cartas de amor, tu sabes, o poeta estava errado, as tuas
cartas de amor não são ridículas, são simplesmente cartas que falam de amor,
lindas.
Mas
eu tenho muita dificuldade em escrever essas cartas, opto por fazê-lo á minha
maneira, cartas meio caóticas que falam de mim e por mim.
Começo
por dizer que te amo, de uma maneira total. Amo como mulher, amiga,
companheira, confidente, mãe… Amo-te totalmente e inteira. Sabes que não é a
minha maneira de ser andar sempre a dizê-lo, há palavras que não precisam ser
ditas a toda a hora, é assim que eu penso.
Mas
o que sinto por ti, nunca me fez esquecer de mim, de quem e como sou. Eu gosto
do amor em liberdade. Muitas das minhas ligações perderam-me, ou perdi-as eu,
porque me quiseram prender.
Eu
não tive uma vida fácil, nem tenho, precisei de aprender em pouco tempo o que
os outros aprendem ao longo de muitos anos. Talvez por isso, aprendi o
importante e o que é mais supérfluo, deixei para ir aprendendo com o tempo.
Quero, preciso, que tu me ensines essas coisas do dia-a-dia, mas que não me
ofereças uma coleira como enfeite.
Sabes
que eu gosto de me testar, gosto de afiar a unhas como os gatos e nunca perco
uma oportunidade para o fazer. Mas isso não é traição, nem infidelidade, é só a
minha maneira de me encontrar.
Peço-te,
antes de tudo e para que tudo corra pelo melhor, um crédito de confiança.
Pensei que fosse uma carta para alguém que sumiu e desistiu de um amor dividido.
ResponderEliminarNo final vi que não era.
Que engano bom!
Quem disse q não é?
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