Texto poético do início de 2011. Para quem me conhece
identifica-o muito bem, assim como percebe que tem dentro a minha marca de
escrita.
Espantos de Inverno
Conheço uma pessoa para lá
de fabulosa, acreditem…
É uma mulher quase virtual,
que vive longe, do outro lado do mundo, à imensa distância de um “click”.
Olha-me com olhos grandes,
um pouco tristes, sorri das minhas piadas sem graça. E com um sorriso cúmplice,
chama-me convencido.
Fala-me de um Deus que não entendo
e de uma sucessão de vidas que só conheço de ouvir falar.
Para mim é tudo novo nestes
serões de conversas ao sabor da vida, sobre o tudo e o nada e sem tema nem
motivo para acontecerem.
E eu, no meu espanto de
iniciático, ouço-a falar fascinado, na impossibilidade de ter uma pessoa nos
braços e outra na cabeça.
Nunca até hoje, tinha
ouvido falar de um amor que vem do princípio dos tempos e não termina com o “até que a morte nos separe”.
- j a godinho -
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