Essa é uma pergunta que me dilacera a alma, me assusta.
Porque eu só tenho medo do que desconheço, pavor mesmo.
Então habituei-me a não fazer perguntas de gente ajuizada.
O meu navio vai á bolina, empurrado por ventos de ocasião.
Não uso sextante ou astrolábio, confio-me aos ditames da minha sina.
Quando tenho alguma curiosidade, faço o usual nos velhos mareantes.
Subo até á cesta da gávea e estico o meu olhar no horizonte.
Se não avisto uma borrasca próxima, desço numa felicidade de assobio.
A minha vida é encolher-me na vaga, até que a próxima onda me galgue.
Não sou favorito dos deuses e devo ter sido desfavorecido por Eólo.
Neptuno sempre me ofereceu na vida, mares ferozes e encapelados.
Que eu fui vencendo á custa de guinadas de velame e golpes de leme.
Quem entrar no meu veleiro, tem que estar preparado para tempestades.
Tem que abotoar o colete salva-vidas e ser duro de estômago.
Porque a minha carreira é sempre entre o tudo e o nada.
Eu navego entre o Céu e o Inferno.
(2ª via)Quer dizer, vou publicar pela 2ª vez.
ResponderEliminarÀ ganda "marinheiro"
Assim gosto.
"Não sejas como...
ResponderEliminaruma onda que tudo destrói...
mas seja como uma pedra...
que tudo suporta...
e ainda...
dá segurança "
Jhessyanne
Adoro este seu poema Joaquim... Eu às vezes também "navego entre o céu e o inferno"!!!
ResponderEliminarMuito bom!
Ana Maia
Obrigado, Ana
ResponderEliminarÉ bom ter uma oponião abalizada.