Chegou com o ar amigo e respeitoso de sempre, é um
homem que inspira confiança, que se vê à distância que traz consigo uma imensa
bagagem de saber empírico. Fala devagar, como um amigo e diz sempre alguma
coisa inesperada, daquelas verdades muito óbvias, depois de ditas.
Desta vez trazia nos olhos uma luz nova, como quem
olha as coisas pela primeira vez, e um sorriso travesso nos lábios. Não lhe
perguntei o motivo, porque a nossa relação não é feita de perguntas. De moto
próprio nos damos as respostas quando estão maduras, elas, as respostas e nós
próprios.
Deixou-me este pequeno texto que eu identifico como
prosa poética e a que atribuí o título.
“Sentires Rurais”
Sou um pastor sem rebanho
A que há muito perdi o rasto
Sem braços para o cajado
Só posso guardar os sonhos
Que há meses trazes grudados
Nas pontas dos teus cabelos
Despediu-se com o tão dele; Santas Tardes e o agora
eterno sorriso enigmático…
E eu fiquei a pensar com os meus botões: - Aqui há
gato…
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